Um dos maiores jogadores da história do futebol inglês, Wayne Rooney revelou que teve problemas com o álcool no início de sua carreira. O ídolo do Manchester United afirmou que descontava na bebida a pressão por resultados e pela fama precoce. Aos 38 anos, ele está sóbrio e atualmente trabalha como técnico do Birmingham City, time da segunda divisão da Inglaterra. Rooney foi um dos principais jogadores da seleção inglesa.

“Quando eu tinha vinte e poucos anos, o álcool servia como uma rota de fuga”, contou o ex-capitão da seleção inglesa ao podcast de Rob Burrow, ex-jogador de rúgbi e portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). “Cheguei em casa, passei vários dias trancado, sem sair. Bebi quase até perder a consciência”, revelou.

Garoto prodígio, Rooney estreou como profissional quando tinha apenas 16 anos, em 2002, pelo Everton. No ano seguinte, aos 17, foi convocado para vestir a camisa da Inglaterra. Era considerado um dos rostos da renovação inglesa após a eliminação na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul para o Brasil. Aos 18, ele assinou com o Manchester United, principal time do Campeonato Inglês na ocasião.

“Eu não queria me cercar de pessoas, porque às vezes você se sente desconfortável. Às vezes eu sentia que estava decepcionando as pessoas e não sabia como lidar com a situação”, comentou o ex-atacante. “Quando você não aceita ajuda e conselhos dos outros, você pode ficar afundado e foi isso que aconteceu comigo durante alguns anos. Hoje, felizmente, não tenho mais medo de explicar meus problemas aos outros”, disse.

Relembre outros jogadores que tiveram problemas com o álcool:

ADRIANO IMPERADOR

Adriano era apontado como craque logo nos seus primeiros anos no Flamengo. As passagens de sucesso pelo futebol italiano, no Parma e na Inter de Milão, fizeram o brasileiro ganhar o apelido de Imperador e ser uma das esperanças de gol do Brasil na Copa do Mundo de 2006. O ex-atacante já admitiu, porém, que a morte do pai abalou o seu psicológico e a bebida o atrapalhou na carreira.

CICINHO

Campeão mundial com o São Paulo, o ex-lateral Cicinho travou uma batalha contra o alcoolismo ao longo de sua carreira vitoriosa. Ele afirma que já foi treinar bêbado no Real Madrid e precisou de uma intervenção da família para superar o problema. Atualmente, Cicinho está sóbrio e é comentarista do canal SBT.

JOBSON

Jobson ganhou projeção nacional com a camisa do Botafogo. Em 2010, ele admitiu o uso de crack ao ser flagrado no exame antidoping e também admitiu problemas com álcool. Ele ficou suspenso por dois anos e voltou a jogar em 2012, mas os problemas extracampo persistiram e a sua carreira nunca mais foi a mesma. Em 2014, Jobson levou um gancho de quatro anos por se recusar a fazer o exame antidoping quando jogava na Arábia Saudita.

VALDIRAM

Goleador do Vasco nos anos 2000, Valdiram acumulou uma série de problemas extracampo com drogas e bebidas. Ele tentou recuperar a carreira por mais de uma vez, mas o álcool atrapalhou sua permanência no mundo do futebol e rapidamente caiu no ostracismo. O ex-atacante acabou tendo um final trágico, vivendo em situação de rua e encontrado morto, em 2019, aos 36 anos.

PAUL GASCOIGNE

Craque da seleção inglesa na década de 1990, Paul Gascoigne ganhou a simpatia dos torcedores pela habilidade e garra demonstradas em campo. Conhecido pelo carisma e personalidade forte, ele travou uma batalha contra o abuso de álcool e drogas ao longo de sua vida. Em 2010, foi diagnosticado com bipolaridade e virou personagem frequente dos tabloides ingleses, que chegaram a registrar uma foto sua andando descalço pelas ruas vestindo apenas um roupão.