Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros em 2018, foi transferido no sábado, 22, do presídio de Tremembé (SP) para a Penitenciária IV do Distrito Federal. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária da São Paulo, a transferência foi realizada após determinação do Supremo Tribunal Federal.
Segundo o jornal O Globo, a mudança do local de cumprimento da pena de Lessa foi um pedido da defesa do detento. Diferente do ex-jogador Robinho e do empresário Thiago Brennand – ambos condenados por estupro –, que foram transferidos recentemente, Lessa não estava na Penitenciária 2 — conhecida como o “presídio dos famosos”, e sim, na Penitenciária 1, destinada a internos comuns e pertencentes a facções criminosas.
O advogado Saulo Carvalho detalhou que Lessa estava numa espécie de solitária e não estava comendo a comida fornecida pelo presídio por suspeita de que poderia estar envenenada. Neste período, o detento teria se alimentado de biscoitos e perdido cerca de 10 quilos. Após quatro pedidos de transferência, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o condenado fosse para a Penitenciária IV do Distrito Federal.
Quem ainda está em Tremembé?
Roger Abdelmassih

Um dos nomes mais lembrados de Tremembé – e personagem recorrente da nova série – Roger Abdelmassih foi um médico que permeou a classe artística e midiática dos anos 1990 e 2000. Ele atendia mulheres em seu consultório para supostos procedimentos de reprodução assistida, considerado um “realizador de milagres”.
Abdelmassih, porém, protagonizou um dos maiores escândalos da medicina brasileira: foi descoberto que, entre 1995 e 2008, ele abusou sexualmente de pelo menos 37 de suas pacientes, muitas sob efeito de sedação. As primeiras acusações chegaram em 2009 e, no ano seguinte, o ex-médico foi condenado a 278 anos de prisão, pena posteriormente reduzida para 181 anos. Antes de ser detido, chegou a fugir do país e ficou foragido por três anos.
Atualmente com 82 anos, Abdelmassih segue em uma cela individual no setor médico de Tremembé. Em 2021, ele chegou a receber o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar, mas o benefício foi revogado após um pedido do Ministério Público, que alegou que a situação clínica de Abdelmassih não exige tratamento de saúde em casa.
Lindemberg Fernandes Alves

Lindemberg ficou conhecido quando, em 2008 – então com 22 anos -, assassinou a ex-namorada Eloá Pimentel, de apenas 15 anos. Não aceitando o fim do relacionamento, ele manteve a adolescente em cárcere privado por mais de 100 horas, incluindo transmissão televisiva e negociações com a polícia.
Na ocasião, ele foi preso em flagrante e condenado por crimes como homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e cárcere privado. A pena inicial foi de 98 anos e 10 meses de detenção, mas depois reduzida para 39 anos e três meses.
Desde que deu entrada na prisão, ele segue com bom comportamento, trabalhando e estudando. Em 2022, ele conseguiu autorização para migrar para o regime semiaberto – permitindo que ele realize suas atividades em liberdade durante o dia e volte ao presídio para dormir.
Fernando Sastre

Fernando Sastre está preso preventivamente desde 2024 pela morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, além de ter ferido Marcus Vinicius Machado Rocha. Na ocasião, domingo de Páscoa, o jovem dirigia um Porsche a 156km/h na Avenida Salim Farah Maluf- sendo que o limite para a via é de 50 km/h.
Ele bateu violentamente na traseira do veículo de Ornaldo e só se apresentou na delegacia quase 40 horas depois do acidente. Após isso, Fernando virou réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, tendo mandado diversas solicitações de liberdade ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), todas negadas. Segundo a defesa do assassino, a prisão preventiva é “desproporcional” e a aplicação de medidas cautelares já seria suficientes.