Simone Blanes Fotos Pedro Dias / Ag. IstoÉ Tudo o que tem a ver com Ronaldo Fraga é incomum. Um dos mais importantes estilistas brasileiros, ele é ligado em política e frequenta Brasília para defender a moda como manifestação cultural. Casado há 13 anos com Ivana Neves, pai de Ludovico, de 10, e Graciliano, de 9, usa um bigode com referência literária. ?É Eça de Queiroz?, sorri, mencionando o escritor português e exibindo o amor pelos livros, o mesmo que mostrou em 2006, com a coleção Grande Sertão: Veredas, inspirada na obra-prima homônima, do conterrâneo mineiro João Guimarães Rosa. Durante esta entrevista à Gente, pediu arroz com pequi. ?A turma do norte de Minas leva como uma ofensa pessoal você não gostar de pequi. E eu não gostava. Mas agora adoro. E o pequi está na moda, né??, brinca o estilista, que falou sobre o mercado de moda, da experiência de ter deixado o São Paulo Fashion Week e depois voltado atrás, da educação dos filhos ? que até pouco tempo não tinham televisão em casa ? e da carreira. ?Muita gente dizia: ?Lá vem ele com mais um samba-enredo??, lembra. ?Mas a moda é teatro, é escola de samba, é novela, é literatura, é fotonovela. Pode ser tudo isso.? Por que saiu e agora voltou a participar dos desfiles? Paguei um preço pelo tamanho que resolvi ter, porque não sou fast-fashion. Já tinha vendido o que garantia seis meses de produção da minha fábrica e pagava meus funcionários. Então, pude e posso fazer só um desfile por ano. Naquele ritmo, não precisa fazer (a coleção de) inverno. Você faz inverno para uma estação que não existe. Essa mágica em torno do desfile é impressionante. O SPFW tende a ficar mais profissional. A ?celebrização? excessiva é que está com os dias contados. Essa coisa de trazer atriz e modelo internacional nem rende tanta mídia espontânea quanto já gerou. Como é o Ronaldo como pai? Um fracasso (risos). Hoje temos um grande problema: é uma época sem limites. E os pais, por culpa, permitem tudo. Eu e minha mulher procuramos educá-los na cartilha pela qual fomos educados. São poucos os desfiles que eles vêm assistir. Eles me veem fazendo a roupa, veem a ralação das costureiras trabalhando até tarde. É isso que quero que fique para eles. Um ou outro desfile eles assistem na televisão, agora que tem televisão. Você é romântico? Já fez algum vestido para sua mulher? Ah, eu dou muito trabalho! E acho que ela sonha com o dia em que eu fizer um vestido para ela (risos). Mas eu sempre falo para ela que todas as roupas que eu faço são para ela! (risos). Sou um homem comum. Leia a entrevista na íntegra na IstoÉ Gente, qeu está nas bancas a partir deste sábado 29.