O Cruzeiro mais uma vez decepcionou jogando no Mineirão. A derrota para o Flamengo, por 2 a 0, nesta quinta-feira, deixou a equipe ainda mais próxima da zona de rebaixamento – está apenas um ponto acima do Santos, primeiro que cairia hoje. Revoltado, os torcedores mais uma vez vaiaram o time e Ronaldo Fenômeno, dono da SAF do clube. O dirigente não poupou críticas à “violência das arquibancadas” e disse que jogar no estádio “tem sido um peso muito grande para os atletas.”

Visivelmente chateado, Ronaldo fez questão de diz que sem apoio das arquibancadas, dificilmente a equipe vai escapar do rebaixamento. Depois de passar três anos na divisão de acesso, o time voltou à elite nesta temporada e até começou bem, mas está em queda livre.

“A gente tem de sair dessa situação, evoluir cada vez mais. Entendo a insatisfação da torcida, já não entendo a revolta, a hostilidade, a violência que os torcedores têm reagido a essa situação”, protestou Ronaldo. “Todos sabíamos das dificuldades que enfrentaríamos na Séria A. Talvez se não tivesse a dívida bilionária, o orçamento seria mais competitivo e teríamos outra equipe.”

Querendo defender o grupo dos torcedores, Ronaldo acabou atingindo os jogadores. “É o que temos, então temos de nos unir. Como disse antes, é fazer um chamamento à nossa torcida. A maneira que está se comportando não ajuda em absolutamente nada, a conexão torcedor/time que tínhamos no ano passado, também em momento extremamente difícil, não teve nesse ano”, lamentou.

Com ótima campanha na Série B, o time teve bela sintonia com as arquibancadas. Agora, jogar no Mineirão tem sido um martírio e as vitórias não saem. “Tivemos um bom começo, mas sempre estivemos com pés no chão, sabendo que ia oscilar”, alertou Ronaldo. “Agora nós só sairemos dessa situação se tivermos unidos. Acreditamos no projeto que planejamos, com apoio da nossa torcida. Sem o apoio, dificilmente o time permanece na Série A. O Mineirão que sempre foi grande fortaleza, tem sido um peso muito grande para nossos atletas.”

Grande alvo da ira das arquibancadas, Ronaldo pediu que a revolta contra seu trabalho não interfira em todo o clube. E fez um apelo. “Posso entender que me xinguem, parte da torcida não confia no trabalho, mas crédito nós temos pelo que fizemos num passado recente e o que posso pedir é que apoie. Se não faz isso por mim, que faça pelo Cruzeiro. Neste momento de dificuldade, precisamos do torcedor.”