A austríaca Leopoldina (Letícia Colin) parte de navio rumo ao Brasil para se casar com o português D. Pedro (Caio Castro), por quem já é apaixonada antes mesmo de conhecê-lo. Já D. Pedro, que mais tarde seria conhecido como ‘o libertador’ (por proclamar a Independência do Brasil), já era um mulherengo convicto. Duas figuras tão conhecidas da nossa História se juntam a personagens fictícios na próxima novela das 6, Novo Mundo, que estreia nesta quarta, 22, dentro de uma trama que também não segue necessariamente os fatos reais e da maneira que aconteceram.

“Além de trabalhar com uma liberdade poética, a gente traz a Domitila (amante de D. Pedro, que será vivida por Agatha Moreira) algum tempo antes de quando ela, a princípio, entrou na vida de D. Pedro”, diz, à reportagem, Thereza Falcão, que divide a autoria da novela com Alessandro Marson. “Como se a gente tivesse contando os bastidores, o lado humano. Estamos trazendo D. Pedro na sua humanidade máxima. Ele compunha, tocava, ao mesmo tempo, era extremamente machista, galinha. A Leopoldina era realmente apaixonada por ele”, continua ela, que, assim como Marson, se aprofundou nesse período histórico do País.

Mesmo com essa liberdade anunciada, a dupla já sentiu a patrulha antes da estreia. “Já tem gente mandando mensagem para a gente, defendendo a Domitila; ou dizendo: espero que sejam fiéis à História. Como se as pessoas conhecessem a História. A História é versão. Resolvemos contar nossa versão”, defende Marson. E Thereza continua: “A gente está fazendo uma novela a partir de versões.

Claro que existem coisas que são reais: o Dia do Fico, a Independência. Essas versões norteiam o andamento da história principal”. Ainda da realeza, estão na trama Dom João (Léo Jaime), Carlota Joaquina (Débora Olivieri), entre outros.

Já os protagonistas da novela, o ator Joaquim Martinho (Chay Suede) e a professora de português Anna Millman (Isabelle Drummond), se enquadram na categoria dos personagens criados pelos autores. Mas podem perfeitamente trazer características de pessoas reais que viveram naquela época. Como a própria Anna. “Havia a professora dos filhos da Leopoldina. Mas, na verdade, a gente descobriu depois que existia essa pessoa. Ela foi casada com um historiador inglês e, antes de chegar ao Brasil, ela tinha viajado o mundo inteiro. Foi para a Índia, África, falava várias línguas”, diz Alessandro Marson. “E a gente criou uma personagem assim: uma menina que pudesse lutar espada, que andasse a cavalo, só que, em vez de a gente fazer ela casada, fez como filha de um historiador.”

Adorável vilã

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A parte cômica do folhetim caberá à vilã Elvira Matamouros (Ingrid Guimarães). Atriz da mesma companhia de teatro de Joaquim, Elvira “ficou para titia” e, aproveitando a bebedeira do colega, acaba se casando com ele, contra a vontade do rapaz. Elvira ainda o coloca numa confusão e ele entra escondido na mesma embarcação da comitiva de Leopoldina, onde ele conhece e se apaixona por Anna, que acompanha a princesa na viagem. “Elvira é a antagonista, mas é adorável. Chegando aqui acontece tudo de ruim com ela. E vai se virando, até que descobre que o marido está vivo”, antecipa Thereza.

Ela e Marson lembram que, a princípio, pensaram numa outra história para a estreia deles como autores principais. Aquela primeira ideia acabou não passando pelo crivo de Silvio de Abreu, diretor do departamento de dramaturgia diária da Globo. Começaram a focar, então, na faixa das 18h, na história que queriam contar nesse horário – e que não precisava ser necessariamente histórica. “A gente acabou chegando a essa época, porque é a construção do Brasil”, afirma Alessandro Marson. “Era uma época em que as mudanças eram muito grandes, os europeus chegando, tinha príncipe, princesa, e realmente aconteceu. Por que não mostrar isso?”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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