A comemoração, por engano, dos taxistas em relação a uma rejeição do projeto de lei que regulamenta a Uber na capital terminou com uma funcionária da Câmara Municipal ferida na noite de quarta-feira, 27. Quando os vereadores decidiram adiar, por volta das 19h30, a votação da proposta, os manifestantes começaram a soltar rojões na frente do Palácio Anchieta para celebrar a “vitória”. O artefato atingiu a servidora no 6º andar.

Houve confronto com policiais militares, que entraram na multidão – público estimado em 5 mil manifestantes – para tentar evitar mais disparos. Um grupo de taxistas cercou os PMs. Do carro de som, lideranças pediam calma. Guardas-civis, que estavam em maior número, foram ao resgate dos policiais e a confusão acabou.

Novos focos de empurra-empurra começaram a surgir à medida que ficava claro que o processo de votação havia sido apenas postergado. “O prefeito Fernando Haddad arregou! É um frouxo!”, esbravejou o presidente do Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxi no Estado de São Paulo, Antonio Matias, que já prometera, em fevereiro, reagir com violência caso o projeto fosse aprovado.

A funcionária da Câmara teve queimaduras em um dos braços e ferimentos leves. Ela foi levada para um hospital após o término do conflito. Um carro de reportagem do Estado foi confundido com um veículo da Uber e o repórter fotográfico JF Diório foi cercado e hostilizado. A confusão só terminou quando os taxistas começaram a ser fotografados.

Empurra-empurra

Mais cedo, manifestantes já haviam se desentendido com guardas-civis, PMs e entre eles mesmos. Durante a tarde, um empurra-empurra entre taxistas e supostos motoristas da Uber terminou com quatro detidos. Eles foram levados para o 1º Distrito Policial (Sé), onde ainda eram ouvidos até as 20 horas de quarta-feira.

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Os taxistas ficaram concentrados perto de ambulantes e em bares e padarias na região da Câmara. Nas conversas em roda, a pauta era o preço da Uber. “Uma corrida de Santo Amaro até o aeroporto deu R$ 43. A Uber fica com 20%. Não tem chance”, dizia um taxista, para colegas, mostrando no celular um marcador de preço do aplicativo. Eles reclamavam da dificuldade de concorrer diante de um valor baixo.

No carro de som, taxistas anunciavam a presença de colegas de Minas, Rio e Pernambuco. Ao longo do dia, fecharam o Viaduto Jacareí e, além dos fogos de artifício, recorreram a gritos e cornetas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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