Roger Machado gostou da excursão do Palmeiras; especialista diz que viagem pode fixar marca

Cesar Greco / Palmeiras
Roger Machado, técnico do Palmeiras Foto: Cesar Greco / Palmeiras

Roger Machado voltou da excursão do Palmeiras pela América Central (Panamá e Costa Rica) satisfeito. “Foi muito bom, 100 por cento positivo. Vai surtir efeito”, disse avaliando os três jogos vitoriosos contra o Club Deportivo Árabe Unido (2 x 0), Independiente Medellin (2 x 0) e LIga Alajuelense (6 x 0). O treinador acha que jogar em campo pesado, molhado pela chuva (no Panamá), ajudou até na preparação física. O que ele deu mais valor, no entanto, foram o ritmo de jogo competitivo e as experiências táticas que pode executar, como uma formação com três meias.

Fora os elogios de Róger, a viagem do Palmeiras na folga da Copa do Mundo pode reforçar a imagem do clube fora do Brasil. Segundo Danyel Braga, diretor de negócios de uma empresa de gestão e marketing esportivo, jogar fora do país pode ser coordenado com uma estratpégia de construção da marca. Hoje, quando o calendário do futebol brasileiro não coincide com o da Europa, o que restringe uma estratégica planejada que não seja pontual.

“A questão mais complexa é de a construção de marca, que requer um trabalho frequente e de longo prazo. Óbvio que os clubes devem sempre buscam aliar a parte técnica, comercial e de construção de marca em outros mercados. A parte técnica significa manter o ritmo de jogo e se preparar para a volta das partidas oficiais; a comercial, gerar alguma receita pelo convite e participação nos amistosos. Mas se o objetivo for a construção da marca, deveria ser algo frequente e planejado”, disse Braga.

Coluna do Boleiro – Mesmo com esta dificuldade, o que pode ser feito para que estas excursões entrem dentro de um projeto de fortalecimento da marca fora do Brasil?
Danyel Braga – O primeiro passo é definir mercados estratégicos e avaliar o potencial de retorno, onde os clubes gostariam de conquistar consumidores de maneira recorrente. A realização de amistosos é uma das frentes, mas deve ser coordenada junto com uma série de iniciativas de marketing e de comunicação estruturadas para aquele mercado especifico.

Na prática, como este planejamtno pdoe ser executado?
O primeiro passo é que os torcedores locais conheçam a instituição. Depois que criem simpatia pelo clube e posteriormente tenham interesse em consumir o seu produto. É um processo de construção de marca de médio e longo prazo, que precisa ir além do amistoso em si, para ser bem sucedido.

Para atingir o objetivo, existe um prazo para que essa divulgação seja realizada?
O amistoso é um momento de consumo, o ponto auge da relação de proximidade com esse torcedor. Após definir o mercado alvo, a estratégia de comunicação deve começar meses antes de as partidas serem realizadas, e devem inclusive continuar depois. Esse processo de construção de marca é importante para desenvolver uma relação duradoura e não apenas de maneira “extrativista”.

Danyel Braga, da CSM Golden Goal, diz também que é possível se criar estratégias de licenciamento e programas de sócio-torcedor que levem em conta esta inserção no mercado internacional. “Licenciamento e sócio-torcedor são oportunidades sempre interessantes, mas não são financeiramente relevantes se pensadas apenas para o matchday, pois é algo que deve perdurar ao longo do ano. Por exemplo, o clube tem benefícios para um sócio internacional? Existe possibilidade de compra dos produtos licenciados em outros países e atendimento em língua estrangeira? Tudo isso pode ser desenvolvido, mas tem custos. Por isso, o primeiro passo é avaliar se existe viabilidade econômica e qual o potencial de retorno de receitas que aquele mercado consumidor pode oferecer. A estratégia deve ser de longo prazo”, afirmou.

Roger Machado gostou da excursão do Palmeiras; especialista diz que viagem pode fixar marca

Roger Machado, técnico do Palmeiras, gostou da excursão à América Central