Ativista e um dos principais defensores das causas raciais, Roger encabeça um projeto que tem a intenção de lançar 50 livros de autores negros e indígenas em cinco anos. Além disso, outro objetivo do técnico do Bahia é transformar a proposta em uma futura.

Já neste ano a previsão é de que sejam lançados 10 livros da coleção Diálogos da Diáspora, financiados pelo Projeto Canela Preta, de Roger. As publicações também devem ser vendidas a um preço acessível para que as pessoas de menor poder aquisitivo consigam adquirir as obras.

“Quando minhas filhas eram pequenas, eu procurava livros para elas, de literatura infanto-juvenil, com autores e personagens negros, e tinha dificuldade e encontrar. Essa inquietação cresceu quando li o livro da Chimamanda Adichie que fala do perigo da história única, como é prejudicial o país quando a história é contata só por um lado, o lado que detém os meios da produção do conhecimento”, conta Roger ao UOL.

Além da questão racial, outro problema que os autores enfrentam é financiamento. Muitas vezes, os escritores precisam colocar seu próprio dinheiro para que sua publicação chegue ao grande público. Pelo projeto do Selo Diálogos da Diáspora, Roger vai custear os gastos de produção.

“O financiamento produz um livro final acessível. Sem o financiamento a gente nunca ia conseguir lançar 10 livros. Ia conseguir lançar dois no ano. Quando ele paga a editora, a gente cria a coleção, ela acelera e sai esse ano”, ressalta Tadeu De Paula, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa Egbé.

As publicações serão impressas e divulgadas pela Hucitec Editora e vão englobar gêneros e temas como:Antropologia, Sociologia, Psicologia, Urbanismo, Direito, Filosofia, Letras, Pedagogia, Comunicação, Arte, etc. Além de literatura e ficção.

A partir do próximo ano, o projeto pretende abrir um edital para receber os livros. Neste momento, as publicações postulantes devem ser encaminhado à Hucitec Editora.