Aos 46 anos de idade e 36 de carreira, Rodriguinho deu asas a um projeto que idealizava desde 2023, e que virou realidade no dia 26 de julho. “Rodriguinho no Game” foi gravado na quadra de basquete de um shopping em São Paulo, com o intuito de trazer os sucessos do cantor para mais perto de outras culturas.

Ele resgatou 13 músicas que estavam no “lado B” do seu repertório e as regravou com participações especiais: “Inconsequente”, com participação do cantor Belo; “O Mundo dá Voltas”, com Cabal; “Minha Diretriz”, com Pregador Luo; e “Me Entreguei Demais”, a única música solo do projeto.

“Tenho muitas músicas e mais discos lançados em carreira solo do que com Os Travessos. Então, eu pegamos as que nunca foram usadas ou pouco aproveitadas e regravamos. São músicas incríveis! E a cereja do bolo foi chamar os meus amigos para cantar comigo. Todos aceitaram a brincadeira”, declarou em entrevista ao site Istoé Gente.

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Segundo o artista, a proposta era furar a bolha artística e provar que samba pode ser a dupla perfeita de outros esportes, não apenas do futebol.

“No Brasil, a gente estereotipa algumas coisas, por exemplo, samba e futebol. Quis mostrar que tudo pode andar junto”, completou.

Herança dos anos 1990

O cantor e produtor aproveitou a nova onda de pagode e samba que surgiu nos últimos tempos para tentar emplacar o “Rodriguinho no Game” e resgatar sucessos dos anos 1990.

“A maioria dos grupos que surgem hoje fazem uma releitura das músicas que surgiram naquela época. Acho que o samba está em sua melhor fase e acho que é por conta desse resgate, por essas versões contemporâneas que vem saindo das músicas daquela época”, opinou ele, que citou outros nomes de destaque do gênero no país.

“Nós, Belo, Rodriguinho, Péricles, Alexandre Pires somos relíquias daquela época. Todos seguem trabalhando em alta performance como antes. Isso é muito legal.”

“Cria do samba”, o artista não renegou as origens e admitiu que nem sempre foi conectado com este estilo de música.

“O samba foi o último estilo a entrar na minha vida. Comecei ouvindo hip-hop, teve uma época em que ouvia muito rock, fiquei nesses dois até a minha adolescência. Estudei em colégio particular, então o samba não entrava muito nesses colégios. Mas, na minha casa, com a minha família, era o samba. Então, quando eu comecei a produzir, resolvei juntar esses elementos. Os Travessos, por exemplo, quando explodiu, foi com uma batida black e foi inovador na época”, pontuou.

Rodriguinho une paixão pela música e basquete em novo projeto musical: 'Furar a bolha'
Reprodução/Youtube

Rixa com Belo

Rodriguinho contou que a parceria com o Belo foi a mais aguardada por ele e pelos fãs. Não só pelo sucesso dos dois desde os anos 1990, mas também para colocar um fim nas especulações de possíveis desentendimentos entre os dois.

“Eu e o Belo estouramos na mesma época, nos anos 1990, e nunca tínhamos gravado juntos. Tanto é que colocamos essa como a primeira, porque foi muito esperada, a galera está falando isso, que viveu para ver esse feat”, introduziu.

“Devo isso ao Thiaguinho, foi o cara que fez acontecer, porque eu e o Belo, naquela época, não nos dávamos bem. E quando o Thiaguinho chegou, ele era fã de nós dois e ficou inconformado: ‘Como assim vocês não se dão bem, estão loucos?’ E aí o Thiago fez a gente virar amigo e hoje somos muito amigos, temos até um grupo no WhatsApp só com nós três. Tanto eu quanto o Belo agradecemos a ele por isso”, completou.

Apesar de confirmar que não se dava bem com o colega de música, Rodriguinho não quis dar detalhes do que pode ter acontecido entre eles no passado.

“Besteira, orgulho, a gente era muito novo, palhaçada [risos]. Coisas de adolescente. Tanto é que a gente nem conversou sobre o que foi o motivo da nossa possível desavença. Até que um dia a gente se encontrou em um camarim e falamos: ‘Cara, a gente já está velho para essas coisas, vamos parar com isso? O samba só ganha com a gente junto”, desconversou.