26/06/2019 - 7:10
Ausente da graphic novel Turma da Mônica – Laços, o Louco é um personagem emblemático do universo de Mauricio de Sousa. O ator Rodrigo Santoro é quem faz o papel.
Como surgiu o convite?
Estava no lançamento da novela Velho Chico e, no meio de uma conversa com Daniel Rezende (diretor), ele disse: “Você é o Louco!”. Respondi que, para aguentar este mundo em que vivemos, tinha de ser, mas ele retrucou que não era isso. “Lembra do Louco da Turma da Mônica? Vou fazer o filme, quer fazer o Louco?” Enlouqueci, pois o Louco foi sempre meu personagem favorito. Aceitei na hora, antes mesmo de ler o roteiro.
Como é a sua relação pessoal com a Turma da Mônica?
Meu avô tinha banca de jornal em Petrópolis, no Estado do Rio, então quando eu cumpria minhas tarefas, ia bem na escola, ganhava um gibi da Turma da Mônica. E fazia intercâmbio de gibis com meus primos. Adorava e ficava esperando o Louco sair de alguma gaveta ou algum lugar inesperado.
Como foi sua preparação?
Já tinha explorado o tema da loucura em Bicho de Sete Cabeças e Heleno, mas, dessa vez, a linguagem era outra. Quis trabalhar com poesia visual, por se tratar de uma adaptação de quadrinhos e pela própria natureza do personagem. Trabalhei com muita liberdade e fiz um mergulho, revisitei minha infância. Precisei me desprender bastante da vaidade e do ‘acerto’. Fisicamente, foi bem interessante com um diretor e mímico muito talentoso, o Alvaro Assad, da companhia Etc e Tal. A composição da caracterização foi um processo mais longo. Contei com a ajuda de um craque da maquiagem com quem trabalhei em 300, ele esculpiu o nariz da personagem. Depois fui atrás de uma peruca e trouxe para o pessoal do filme trabalhar nela até chegar ao cabelo final do Louco.
O que o Louco representa?
Acho que o Louco representa a liberdade de expressão, o sonho. Também é um pouco de cada um de nós, representando o lúdico da infância. Quebra barreiras da física e da lógica, fazendo e dizendo coisas que parecem absurdas, mas tem sabedoria e fala de coisas profundas nas entrelinhas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.