O Brasil ficou em quinto na prova de saltos por equipes no hipismo dos Jogos Olímpicos do Rio nesta quarta, muito perto da medalha. O time foi prejudicado pela eliminação de Stephan Barcha, desclassificado na terça-feira por ferir seu animal com a espora. A convocação do estreante carioca em detrimento a Rodrigo Pessoa causou polêmica e ainda repercute.

Ao fim da prova em Deodoro, nesta terça, Alvaro de Miranda Neto, medalhista de bronze por equipes em Atlanta e Sydney, sempre junto com Rodrigo Pessoa, foi questionado sobre o peso da ausência do veterano no resultado do time brasileiro no Rio. E, de forma surpreendente, Doda não defendeu o amigo. Pelo contrário.

“Com o cavalo que ele tinha, ele não tinha condições. Ele não tinha nenhuma condição, nenhuma mesmo. Ele podia até passar vergonha, um cara que nem ele, um craque, se você não tem um cavalo à altura, não adianta. Ele podia derrubar do primeiro ao último obstáculo. A sorte dele foi não ser convocado. Ia ficar muito ruim para o nome dele”, avaliou.

Rodrigo Pessoa acompanhou toda a prova como comentarista de um canal de televisão francesa. O ginete atendeu à imprensa ao fim da prova e minimizou as declarações de Doda.

“A gente nunca vai saber o que eu faria, porque não me deram a oportunidade de saber meu potencial. Ele reagiu de cabeça quente hoje. Eu entendo a decepção deles, eu também estou decepcionado. Represento o Brasil, carrego essa casaca há 26 anos. Eu, como ninguém, queria ver o sucesso do Brasil hoje.”

Isso não significa que Rodrigo tenha fugido de polêmicas ao comentar a desclassificação de Barcha, eliminado pela “regra do sangue”, em vigência há dois anos, que pune o ginete em caso de qualquer ferimento no dorso do animal. “É um acidente no fogo da ação”, disse, inicialmente, lembrando que a “regra é clara” e que pune novatos ou experientes. Mas não deixou de cutucar: “Comigo não teria acontecido, porque eu monto sem espora”.

Rodrigo Pessoa também disse que desistiu de se aposentar e que quer continuar defendendo o Brasil em competições internacionais. Ele, entretanto, garantiu que não há nenhuma possibilidade de ele aceitar uma convocação de George Morris, norte-americano contratado no fim do ano passado para ser o técnico da seleção: “Ele chega como lenda e sai como lêndeas (ovos de piolho)”.