Os rodízios ganharam novos cardápios. Acostumados a servir pizzas, carnes ou comida japonesa, os restaurantes com preço fixo cederam espaço para novidades que vão dos drinques aos sanduíches. Em São Paulo, capital gastronômica do País, existe o primeiro rodízio de vinhos. O wine bar Bocca Nera, na Vila Madalena, oferece 15 rótulos de nacionalidades diversas, entre espumantes, brancos, rosés, tintos e os de sobremesa. A lista muda a depender do estoque e os preços são inferiores a R$ 100. “O cliente prova todos e depois fica à vontade. Temos sommelier para uma degustação guiada, mas não é aquela coisa formal. A ideia é vir, se divertir e sair com conhecimento de um jeito leve”, explica o proprietário Rafael Ilan. “A intenção é criar uma experiência para compreender o mundo dos vinhos, que parece complicado, mas não é”. Para chegar ao formato sem ficar no prejuízo, o empresário fez um estudo de campo. Convidou conhecidos e familiares com perfis diversos e realizou mais de dez testes diferenciados. “Convidei amigos que gostavam de beber e conhecedores de vinho. Elaborei dados como preço e quantidade a servir a partir daí”. Funcionou: hoje, ele tem casa cheia em 90% dos dias e equipe especializada, como Pedro Serrapede. “Tem quem volte até três vezes no mês”, afirma.

A oferta na capital satisfaz todos os gostos. A Cantagalo Burger, com unidades em Santana e Tatuapé, trabalha com o rodízio de míni hambúrgueres com uma torre de queijo cheddar derretido. “É meu carro-chefe”, diz Bruna Caram, sócia do estabelecimento. O serviço foi implantado na lanchonete há dois meses e já lidera as vendas. “80% dos nossos clientes pedem o formato rodízio”, detalha ela, pois o restante é à la carte. “O nosso hambúrguer não é pequeno, mas a pessoa pode repetir mil vezes. Por experiência do dia a dia, dificilmente alguém consegue comer mais do que seis”, entrega Rafael Lima, outro proprietário do negócio. A rede Mais Burguinho, presente nos bairros de Imirim, Moema e Tatuapé, também lucra com os míni lanches. O lugar atende cerca de 20 mil pessoas por mês. “Isso dá um total de 140 mil hambúrgueres por mês, são seis toneladas de carne”, contabiliza Jeferson Lodi, proprietário. “Ofereço produtos artesanais de carne, salmão, frango, calabresa e vegetariano, entre outros, tudo por um custo fixo. A vantagem do rodízio é essa: a pessoa vem, experimenta diversos sabores e não se surpreende quando a conta chega”. Em São Bernardo do Campo, o The Paztel atrai turistas com o rodízio de pastel. O diferencial é que há mais de 50 opções de recheio para o consumidor escolher a seu bel-prazer. “O nosso pastel não tem vento”, afirma Jorge Ciconello, sócio do empreendimento.

Rodízios de comidas e bebidas diferentes viram opção para quem está querendo mais do que pizza e churrasco
FARTURA Míni hambúrguer no Cantagalo: 80% dos clientes pedem o formato de preço fixo (Crédito:GABRIEL REIS)

Drinques

Além dos petiscos, existem restaurantes para quem busca refeições completas. O Cantina D’Irene Mooca é um rodízio de massas popular na Zona Leste. “O preço é acessível para a quantidade de opções que podemos experimentar”, aprova a personal trainer Marcela Rosa, de 31 anos, frequentadora do local. “Não dispenso nenhum prato que me oferecem”. No bairro ao lado, o Tatuapé, o inusitado Vibe de Dubai propõe o rodízio de cervejas e drinques. O jornalista Jonathan Pereira, 40 anos, se aventurou pela opção de bebidas, que inclui caipirinhas e coquetéis com gim e vodca. “Fui numa terça-feira e tomei sete caipirinhas”, contou. A gastronomia em São Paulo nunca cansa de surpreender.