A escolha de Tite por fazer da Copa América um atalho para avaliar seus convocados na Seleção Brasileira rende um duplo desafio. A goleada por 4 a 0 sobre o Peru, no Nilton Santos, trouxe o limiar entre a competitividade e a busca por tirar conclusões sobre quem está na frente pela vaga na Copa de 2022.

> Veja a tabela e os próximos jogos da Copa América

Com seis novidades para a partida no Estádio Nilton Santos, na última quinta-feira, a dificuldade de “encaixe” foi nítida mesmo com a vitória parcial no primeiro tempo.

– Nós sentamos com o Juninho (Paulista) e trouxemos uma situação consensual, que são mudanças tentando manter a estrutura da equipe. Hoje, até o primeiro tempo, ela mudou demais e no que ela mudou demais ela perdeu um pouco a sincronia – disse o técnico Tite, frisando:

– A gente quer sim o título, fazer uma grande campanha e ter um bom desempenho, mas paralelamente a isso, oportunizar aos atletas para jogar e mostrar dentro do campo, que fala, a bola fala. – completou.

A formação do primeiro tempo “sacrificou” diretamente o setor ofensivo. A transição lenta no meio afetou Everton “Cebolinha”, que se restringiu a apareceu na jogada do gol de Alex Sandro e se atrapalhou em outras raras tentativas de investidas. Já Gabigol também foi pouco acionado e o entrosamento de uma esperada linha de frente não aconteceu como esperado.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Em compensação, a solidez defensiva prossegue. Ederson honrou a segurança na meta sempre que foi exigido. Thiago Silva, de volta à Seleção após um hiato devido à lesão na Liga dos Campeões, formou dupla segura com Éder Militão, e Alex Sandro, depois de surgir bem para marcar seu gol, segurou as pontas nas vezes nas quais Cueva e Carrillo tentavam atacar.

Lançado como titular pela primeira vez, Fabinho teve um início promissor, foi bem na marcação e se desdobrou em alguns momentos devido às investidas peruanas no primeiro tempo peruano. E, aos poucos, diante da prostração peruana na etapa final do adversário, pôde se sobressair.

Entre as trocas promovidas por Tite no intervalo, Everton Ribeiro foi quem fincou de vez seus pés como um dos cotados a ser articuladores da Seleção.

– A entrada do Everton Ribeiro trouxe uma situação melhor. Talvez se tivesse o Everton com Neymar e Gabigol poderia ser melhor, o Cebolinha podia render melhor – conjecturou.

Everton Ribeiro mostrou condições para dividir o papel de articulador com Neymar. Além disto, a Seleção Brasileira foi, gradativamente, abrindo brechas diante de um adversário frágil e em processo de renovação. As chances demoraram na etapa final, mas começaram a aparecer em profusão até a goleada se concretizar.

Na contagem regressiva para o Mundial do Qatar, as palavras do técnico Tite já sinalizam o momento da Seleção Brasileira.

– Não há conclusões, mas indícios e sinais sim. Procuramos disputa e quem entrar tem de fazer o melhor, em uma disputa limpa – disse.

A “rodagem” aconteceu (e a Copa América dá a “casca” necessária aos canarinhos). Mas a sensação é que há muito a disputar internamente antes de Tite bater o martelo sobre as vagas.



Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias