Macaé — Iniciativa para aumentar a conscientização, eliminar a desinformação e o preconceito acerca da hanseníase, o Projeto Roda Hans começou seu giro na manhã desta quinta, na praça Washington Luiz. No local, os passantes podiam tirar suas dúvidas e realizar até o diagnóstico. Além da equipe da secretaria de Saúde, a ação teve a colaboração de estudantes dos cursos de medicina, nutrição, enfermagem e fisioterapia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), Campus-Macaé.
Um aspecto importante da Roda Hans é o início imediato do tratamento em caso de um diagnóstico positivo.
“A carreta conta com uma mini farmácia e eles já saem daqui com o medicamento em mãos”, diz Daniela Bastos, gerente em Vigilância em Saúde de Macaé. “E fazemos o encaminhamento para o atendimento de referência”.
O motorista Adalberto de Souza viu surgirem manchas em suas pernas há um ano, mas adiava a busca pelos serviços médicos. Ao ver a caravana, decidiu eliminar qualquer suspeita.

“Decidi aproveitar para fazer uma consulta com o especialista e saber o que essas manchas são”, comentou.
O aposentado José Manhães foi diagnosticado em 2012 e acompanhou a iniciativa como exemplo e estímulo para os outros pacientes.
O aposentado José Manhães foi diagnosticado em 2012 e acompanhou a iniciativa como exemplo e estímulo para os outros pacientes.
“Inicialmente pensei que eram verrugas, mas foi constatado que estava com hanseníase. Iniciei o tratamento imediatamente e hoje procuro o atendimento médico para me certificar que a doença está controlada”, relatou.
Esposa de José, a Lenilda Manhães compartilhou sua experiência do convívio com um portador e o processo de descoberta da doença.
“É importante que as pessoas procurem o médico e não se automediquem. No caso do meu marido, o diagnóstico foi tardio. Mas se houver qualquer dúvida é importante procurar uma unidade de saúde mais próxima de casa o quanto antes”, alertou a professora, contando que toda a família teve de passar por um tratamento para verificar se teria havido contágio.
Coordenador do Programa de Vigilância e Controle e também professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Zampieri diz que o tratamento não é muito complexo, mas requer atenção e compromisso.
“Trata-se com antibióticos, durante um período de seis meses a um ano. Mas o paciente deve ser acompanhado por um período de cinco anos. É bom ressaltar que os familiares também devem ter acompanhamento médico. A doença não mata, mas traz danos alterações motoras”, orienta o médico.
O Roda Hans — Carreta da Saúde prossegue nesta sexta-feira (30), até às 15h. Quem precisar buscar atendimento regular fora da ação, pode comparecer ao Programa de Vigilância e Controle que funciona no Centro de Saúde Dr. Jorge Caldas, de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h.