Nas sombras do palco mundo, o guitarrista e vocalista Matthew Bellamy brilha. Nos olhos, óculos com luzinhas e um blazer cintilante anunciam que Muse veio de algum lugar no futuro antes de vir encerrar o Rock in Rio 2019.

Mas o trio britânico não está sozinho. Sua banda marcha com o mesmo brilho eletrônico de uma realidade alternativa. A estética acompanha o rock maduro de quem tem 25 anos de estrada.

Não demora para Bellamy convocar a plateia no refrão da música de resistência Uprising, um dos hits aguardados.

Em Propaganda, o trio recebe a chegada de agentes com armas de fumaça espalhando uma névoa por todo palco. A fusão das vozes e instrumentos com o rock clássico e a música eletrônica impulsiona a invenção trazida pela banda britânica. Bellamy brinca com os riffs da guitarra.

Mas esse movimento faz parte da transformação da banda. Em 2001, Plug In Baby caminhava pelas bandas do rock alternativo.

Em Dark Side, a banda volta mais ordeira. O vocalista vestido de jaqueta e já sem os óculos enfrenta alguns segundos de problemas com o som baixo.

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Tudo volta ao normal com a dançante Supermassive. Bellamy canta com uma voz sensual que desliza no som rebelde e nos vocais do baixista Christopher Wolstenholme.

E como o futuro não tem inspirado tantas esperanças para o mundo, Thought Contagion atrai uma horda de zumbis eletrônicos no palco que se arrastam e tentam atacar.

É a vez de Wolstenholme. O baixista caminha pela passarela e anuncia a Hysteria. Com cerca de 1,70 m e recém casado, Bellamy pula como um garoto. O domínio da guitarra consegue tirar o fôlego da plateia. Mas dizem que não é apenas o talento do músico. O vocalista já foi eleito o homem mais sexy do rock, e pela segunda vez.

A balada country Dig Down chega para acalmar os ânimos. Rodeados de um coral seres brilhantes, Bellamy senta ao piano. O vocalista gosta de brincar no palco. Ele sai, volta com novos óculos, que reagem ao som, mudando suas cores.

Depois de uma maratona de sete dias, não basta um dia inteiro de festival para ficar exausto. Nesse momento, há quem curta o som da banda deitado no gramado artificial, acompanhado, ou mesmo dançando sozinho as batidas de Madness.

Em Starlight, o vocalista volta a reluzir e na próxima canção, sentado nos teclados, ele convoca figuras robóticas com longos braços para refundar essa nova República Museana.

E em seguida Muse revela sua grande arma. O busto de um robô gigante surge no palco, atrás dos músicos, com o braço estendido e as garras e os dentes à mostra. Não precisa nem mastigar. É só engolir.


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