Roberto Menescal está prestes a completar 80 anos de idade. Seu nome é obrigatório quando se fala em bossa nova. Menesca, como o chamava Tom Jobim, é uma espécie de discípulo conjugado de João Gilberto e do próprio Jobim, com sofisticação harmônica e um apuro melódico que o transformaram em professor de violão de muita gente que começou ali a querer ser músico também.

Uma série de shows tem marcado a chegada de Menescal aos 80. A etapa paulistana da temporada batizada Dias de Luz, Festa de Sol vai desta quinta-feira, 21, a domingo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro. Ao mesmo tempo, um CD mais DVD e um livro biográfico estão sendo produzidos, ainda sem data de lançamento.

Mais homenagem

A Associação Brasileira de Música e Artes, Abramus, que tem Menescal como um de seus afiliados, vai também lembrar da importância de sua obra. Um militante por causas relacionadas aos direitos autorais, o músico foi nomeado presidente da nova gestão da entidade, que tem como outros diretores artistas como Danilo Caymmi, Dudu Falcão, Daniel Carlomagno, Roberto Frejat (novo membro da diretoria) e Mariozinho Rocha (que exerce função de direção artística desde o começo de 2017).

Dono de uma linguagem elegante em seu instrumento maior hoje, a guitarra, Menescal tem uma grande lista de serviços prestados a cantores e compositores brasileiros. Como homem de apoio de Elis Regina desde o final da década de 1960, foi quem garimpou na casa de Tom Jobim a música Águas de Março para o repertório de Elis. Foi quem ajudou também a contrabandear Folhas Secas, de Nelson Cavaquinho, de um disco de Beth Carvalho para o de Elis, em 1973. “Quando trabalho para uma cantora, faço tudo para aquela cantora. Com o perdão de Beth Carvalho, eu tive de fazer aquilo”, disse ele, anos depois.

Sua lista de canções, mais do que em obras de outros bossa novistas, faz o sol nascer em versos como “Rio que mora no mar / Sorrio pro meu Rio / Que tem no seu mar / Lindas flores que nascem morenas / Em jardins de sol” (Rio, parceria com Ronaldo Bôscoli) ou “Você, manhã de todo meu / Você, que cedo entardeceu / Você, de quem a vida eu sou / e sei mas eu serei / Você um beijo bom de sol / Você em cada tarde vã / virá sorrindo de manhã…” (Você, também com Bôscoli).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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