Roberta Sá e seu novo disco

Roberta Sá e seu novo disco

Mauro Ferreira Foto Reprodução ?Quando ele vem / Faço dele minha luva, meu collant?, canta Roberta Sá em versos sensuais de ?Segunda Pele?, música de Gustavo Ruiz e Carlos Rennó que dá título ao quinto disco da cantora. O trabalho é marcado por arranjos de sopros e por sensualidade clara em algumas letras. Aos 31 anos, Roberta gravou primeira vez gravar em outra língua, o espanhol, idioma de “Esquirlas”, em dueto com o compositor uruguaio Jorge Drexler. Nesta entrevista à Gente, a cantora fala sobre sensualidade, explica a razão de ter se afastado do samba e expressa o desejo da maternidade, adiado em função de sua primeira grande turnê nacional, cujo ponto de partida vai ser em Salvador, em 1º de março. O álbum é marcado pela profusão de sopros que dão ao disco tom carnavalesco. Por que seguiu por esse caminho? Já vinha trabalhando com o Mario Adnet (arranjador dos sopros) há muito tempo. O Mario foi me trazendo para esse universo. Ele já tinha me posto no palco para cantar com a Orquestra Ouro Negro! Desde o meu primeiro disco, eu sempre quis ter arranjos assim, trabalhar com essa quantidade de texturas na música. Mas um disco assim sai muito mais caro. Agora, com o patrocínio do projeto Natura Musical, eu procurei ir mais fundo. Venho de um disco de sonoridade minimalista e adoro voz & violão. Farei outros discos nesse formato outras vezes. Mas é legal fazer também o baile, a gafieira. O que veio antes: a ideia de fazer o disco com os sopros ou o repertório? O conceito do disco com os sopros já existia antes. Eu busquei um repertório que coubesse no formato. Foi tão fácil fazer esse disco! Essas músicas já estavam tão dentro de mim! São músicas que me inspiram. Gravar uma música em espanhol representa para você uma porta de entrada para o mercado latinoamericano de língua hispânica? Não pensei nisso assim tão friamente… Seria frio demais para mim pensar em algo como “vou gravar uma música em espanhol para entrar no mercado latinoamericano”. Eu sempre olhei muito para dentro da música brasileira. Mas eu fiz muito show, fui para outros países e comecei a ter a dimensão de que existe um mundo musical e que é muito bom trocar experiências com compositores de outros países. Já não estou tão fechada na música brasileira. É essa a função do intérprete: buscar sempre coisas novas. Eu poderia ter feito um “Que Belo e Estranho Dia para se Ter Alegria 2” (Roberta se refere ao disco de 2007 que consolidou sua carreira). Tinha repertório para isso. Mas gosto de artistas que se arriscam. Seu disco anterior, sobre a obra do compositor baiano Roque Ferreira, dividiu opiniões. Houve quem dissesse que você e o Trio Madeira Brasil traíram a essência do samba de roda. Como lidou com as críticas? Mas a proposta era essa mesmo: trair a essência do samba de roda. Se algumas pessoas não gostaram, tudo bem. Acho até bom que o disco tenha dividido opiniões. Gosto de opiniões claras e sinceras. O show foi um sucesso! Vinte mil pessoas cantaram os sambas com a gente em João Pessoa. Pensamos até em fazer no futuro o registro audiovisual desse show. Ficou chateada com o fato de este seu novo disco ter sido baixado ilegalmente na internet uma semana antes de chegar às lojas? Tenho um compromisso com as lojas que vão vender o disco, mas não fiquei chateada, não. Não tem como ter controle disso. E esse é um papel mais da gravadora do que do artista. O fã não vai deixar de comprar o disco por causa disso. E eu vou lançar um Deluxe Edition para o iTunes com duas faixas-bônus: um remix de ?Deixa Sangrar? e “Mão e Luva”, música do Pedro Luís, inédita na minha voz. Siga Gente no Twitter!