Robert Abela é eleito novo primeiro-ministro de Malta

VALETA, 12 JAN (ANSA) – O advogado Robert Abela, de 42 anos, foi eleito na noite deste sábado (11) como novo líder do Partido Trabalhista de Malta, tornando-se automaticamente o primeiro-ministro do país, já que a legenda tem maioria no Parlamento.   

Abela substitui Joseph Muscat, que estava no poder desde 2013 e havia anunciado sua renúncia no início de dezembro, após seu governo ter sido acusado de interferência nas investigações sobre o homicídio da jornalista Daphne Caruana Galizia, morta em um atentado em 16 de outubro de 2017.   

Filho do ex-presidente George Abela, o novo primeiro-ministro derrotou o cirurgião e atual vice-premier Chris Fearne, 52 anos.   

Apesar de militar há bastante tempo no Partido Trabalhista, Abela entrou para o Parlamento apenas em 2017. Ele governará até setembro de 2022 e prometeu uma política de continuidade em relação ao antecessor.   

Crise – No fim de novembro, Malta se tornou palco de grandes protestos populares contra o governo, deflagrados pela prisão do empresário Yorgen Fenech, suspeito de ser o mandante do atentado contra Galizia.   

A jornalista tinha 53 anos e ganhara notoriedade com reportagens sobre o escândalo “Malta Files”, que havia revelado como esse pequeno país insular serve de base para esquemas de evasão fiscal na União Europeia.   

Uma de suas investigações mostrou que Fenech é dono da 17 Black, companhia sediada em Dubai e que, em 2013, teria pagado propinas a membros do governo para construir uma central elétrica.   

Os subornos teriam sido destinados a duas empresas offshore no Panamá supostamente atribuídas ao então chefe de Gabinete de Muscat, Keith Schembri, e ao ex-ministro Konrad Mizzi, que na época da suposta propina comandava a pasta de Energia.   

A polícia já prendeu três homens suspeitos de serem os autores materiais do atentado: Vince Muscat (que não é parente do premier) e os irmãos Alfred e George Degiorgio. O taxista Melvin Theuma foi intermediário entre os assassinos e o mandante, mas ganhou perdão judicial para colaborar com o inquérito e vive sob escolta. (ANSA)