A defesa da síndica Priscilla de Oliveira, suspeita de mandar matar um vizinho, protocolou, na terça-feira (16), na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, um pedido para que a prisão dela seja revogada ou seja determinada a prisão domiciliar da mulher. As informações são do G1.
Priscilla foi presa temporariamente ontem acusada pela Polícia Civil de ser a mandante do assassinato de Carlos Eduardo Monttechiari, morador do mesmo prédio que planejava denunciá-la por irregularidades na administração. Ainda segundo a investigação, o autor do crime seria Leonardo Lima, um funcionário do condomínio que seria amante da síndica.
No documento, a defesa de Priscilla argumenta que ela está se recuperando de uma cirurgia e precisaria de cuidados médicos. “Priscilla passou pela remoção de um mioma recentemente e ainda está se recuperando da cirurgia. Inclusive tive a notícia de que teve um sangramento na prisão”, disse ao G1 o advogado de defesa, Norley Thomaz Lauand.
Ao G1, Lauand alegou que Priscilla é inocente e não tem nenhum envolvimento com a morte do empresário. “Quando o crime aconteceu, ela já estava tratando da saúde. Além disso, vamos solicitar o cruzamento de dados da antena do celular para mostrar que ela não estava na região do crime”, detalhou.
Já a defesa de Leonardo diz que a prisão do suspeito foi feita de forma arbitrária. Conforme o advogado Charles Santolia, o depoimento do cliente foi colhido e filmado sem que ele estivesse presente, e que foi informado que Leonardo não queria advogado. Santolia afirmou ainda que o homem teria sido coagido a confessar o crime.
A defesa alega ainda que pela gravação não dá para “aferir se o homem da imagem é mesmo Leonardo”. De acordo com o advogado, as imagens não teriam sido periciadas.
Relembre o caso
O empresário Carlos Eduardo Monttechiari foi baleado por um homem no dia 1º de fevereiro deste ano assim que abriu a porta do carro. O atirador correu, entrou em outro carro, onde um motorista o aguardava, e fugiu. A vítima conseguiu dirigir por alguns metros, foi socorrida e internada, mas morreu no dia seguinte.
A 27ª DP (Vicente de Carvalho) começou a investigar o caso suspeitando de latrocínio (roubo seguido de morte), mas constatou que nada havia sido roubado da vítima. Ao pesquisar eventuais desafetos do empresário, descobriu que ele havia reunido documentos para tentar comprovar supostas irregularidades cometidas pela síndica do condomínio em que morava, o London Green, na Barra da Tijuca (zona oeste).
Monttechiari já havia sido síndico do mesmo condomínio e acusava Priscilla de Oliveira de desviar cerca de R$ 800 mil da administração, segundo a polícia. A documentação seria apresentada durante uma assembleia agendada para 5 de fevereiro.