A polícia investiga o professor de artes Marcelo Faleiro, de 43 anos, depois que algumas alunas relataram terem  sofrido assédio sexual dentro da Escola Estadual Caetano Belloni, localizada em São João de Meriti, Baixada Fluminense (RJ). As informações são do G1.

O caso veio à tona na segunda-feira (11) após uma menina, de 14 anos, chegar chorando em sua casa. Ela relatou à mãe que o professor para a mão em seus seios.

“Eu sai pra pegar uma caneta, ele me cercou no corredor e falou que eu era muito bonita, que era um casal bonito, e ficou mordendo a boca. Ontem era aula dele, a gente começou a cantar, do nada parou na minha mesa e passou a mão no meu peito. Aí os meninos começaram a gritar.”

Imediatamente, a mãe contou o caso para a escola e, na sequência, registrou uma notícia-crime na Delegacia de Atendimento à Mulher.

“Como fica o psicológico da minha filha agora. Não posso ficar calada”, disse.

Outros relatos

Depois do relato da menina, outras alunas descreveram histórias parecidas. Algumas afirmaram que os assédios aconteciam desde 2014. Marcelo Faleiro teria abordado alunas com idade entre 14 e 16 anos.

“Eu estava sentado na minha cadeira, ele veio ao lado, se aproximou bastante de mim Ele puxou um papo que eu achei estranho, falou de me ter como namorada. Não foi um negócio profissional”, disse uma estudante.

“Brincava de apertar, segurar a cintura e mexer no pescoço e cabelo”, relatou outra.

“Eu tinha tinha 16 anos na época, estudava aqui (Escola Caetano Belloni), e tinha um grupo no WhatsApp. Ele pegou meu número e mandou uma foto de cueca numa situação bem constrangedora”, descreveu uma antiga estudante.

“Ele já passou a mão no peito de alunas. Ninguém denunciou por quê? Por medo, pela coordenadora falar que é mentira, falar que é brincadeira, sendo que não é brincadeira. Isso acontece desde 2014, nada aconteceu”, finalizou outra garota.

Discussão com aluno

Assim que a suspeita de assédio sexual veio à tona, na segunda-feira, alguns alunos resolveram tirar satisfação com o professor.

Em um vídeo, ao qual o G1 teve acesso, Marcelo pede para um estudante tirar a camisa para assim os dois resolverem a questão como “homens” e não de “professor para aluno”.

Na sequência, o docente foi embora e não retornou para a escola.

O que diz a Escola Caetano Belloni

Na terça-feira (12), o Conselho Tutelar se reuniu com a direção da escola, pais e alunas.

A direção informou que teve conhecimento sobre os assédios sexuais somente na segunda-feira e não estava autorizada a falar sobre o caso.

A Secretaria de Educação informou que Marcelo Faleiro foi afastado preventivamente e a sua suspensão será publicada no diário oficial.

O órgão abriu uma sindicância e o professor deverá ser ouvido nesta quarta-feira (13). Também ressaltou que o caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher.

O G1 procurou o professor Marcelo Faleiro, mas não obteve retorno.