No dia 5 de novembro de 2021, a designer de moda Thalissa Nunes Dourado, de 25 anos, foi encontrada morta dentro de seu quarto, na casa em que residia com a colega Vivian dos Santos Lima Tiburtino, no bairro Caborê, em Paraty (RJ). O corpo estava com um saco plástico na cabeça e as mãos amarradas. A Polícia Civil do Rio concluiu que a colega foi a autora do crime. As informações são do O Globo.

Vivian atuava como agente de turismo. Uma câmera de segurança instalada na porta da residência registrou que ela foi a última que esteve na casa.

No início das investigações, o delegado Marcelo Haddad solicitou a prisão temporária de Vivian. No entanto, a juíza Letícia de Souza Branquinho, da Vara Única de Paraty, negou o pedido e recolheu o passaporte da acusada.

Vivian também teve de comparecer quinzenalmente em juízo para justificar as suas atividades.

“Em que pesem os argumentos levantados pela autoridade policial e pelo Ministério Público, compreendo que se faz necessária a colheita de outras provas e elementos de investigação a fim de conferir maior robustez à hipótese investigativa levantada, além de inexistir efetivo risco da liberdade da indiciada às investigações, de forma a justificar a medida excepcional da custódia temporária”, argumentou a juíza na época.

O exame de necropsia apontou que Thalissa foi vítima de morte violenta, comprovada pela congestão pulmonar que foi causada por meio de uma asfixia mecânica.

Outro ponto levantado pelo Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça (GAP) do Ministério Público é que não foram encontrados sinais de arrombamento na residência em que as duas viviam.

O caso

As imagens da câmera de segurança mostram Vivian chegando em casa. Momentos depois, Thalissa aparece entrando na residência, às 00h34, na companhia de um casal de amigos.

Os amigos permaneceram na casa até 1h15. Depois, Thalissa saiu às 2h20 e retornou às 3h12.

Horas depois, às 6h15, Vivian deixou o imóvel para ir pedalar e voltou às 9h37.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado às 12h30.

Acredita-se que a designer tenha sido morta entre 4h e 6h.

“Minha perda é irreparável e vai ser eterna e uma prisão não vai aliviar em nada a minha tristeza. Mas entendo que é preciso fazer justiça para encerrar esse ciclo e para honrar a imagem da minha filha, uma jovem cheia de vida, talentosa, inteligente e tão amada pelos familiares e amigos”, disse a mãe de Thalissa, Adriana Nunes Dourado.

O advogado Rafael Borges, que representa os pais da vítima, afirmou que os familiares acreditam que “existem indícios muito robustos indicando a autoria do crime e mais do que suficientes para ensejar o início de uma ação penal. É isso que a família espera: o início imediato do processo, com a responsabilização devida”.

Segundo a juíza Letícia de Souza Branquinho, ainda faltam ser concluídos o exame toxicológico de Thalissa, o DNA da amostra de sangue retirada da mão da vítima e a perícia do computador e IPad.

Em seu depoimento, Vivian negou a autoria do crime e ainda insinuou que Thalissa tinha cometido suicídio, o que foi descartado pelas investigações.

O Globo entrou em contato com a agente de turismo, mas não obteve retorno.