O que aconteceu?

  • Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, foi internada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense, para retirada de miomas no útero;
  • A cirurgia foi realizada em 3 fevereiro deste ano, mas horas depois do procedimento os médicos diagnosticaram uma hemorragia, o que causou a retirada do útero da paciente;
  • A mulher apresentou uma piora e foi colocada em coma. Ao visitar a familiar, parentes notaram que pontas dos dedos de Alessandra estavam escuras, além de braços e pernas enfaixadas;
  • Com o quadro piorando, Alessandra foi transferida o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo;
  • Como os esforços na nova unidade não deram resultado, a família autorizou a amputação do braço de Alessandra ao ouvir do instituto que era “a vida de Alessandra ou era o braço”;
  • Mesmo com a retirada do braço, a paciente ainda correu o risco de uma infecção generalizada.

Apesar de ter recebido alta, Alessandra precisou ser internada mais uma vez após apresentar possível necrose no abdômen. Ao RJ1, a passista da escola de samba Grande Rio explicou que os pontos na barriga não cicatrizaram. Com isso, a tranceira passou a ter dificuldades para andar.

Após todo o imbróglio, a família passou a procurar outras vias de resolver o problema. Alessandra foi internada em 4 de março no Hospital Maternidade Fernando Magalhães e transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, por causa das suturas, e só recebeu alta em 4 de abril.

A retirada do útero e do braço tirou o sonho de Alessandra de ser mãe, além de prejudicar sua atividade profissional como tranceira em um salão de cabeleireiro.

“Eles conseguiram destruir a minha vida. Destruíram com tudo: com meu sonho de ser mãe; com meu trabalho, que é o que mais amo na minha vida, fazer cabelo; e com meu psicológico. Eu estou num estado que eu não consigo nem me olhar no espelho. Eles acabaram com a minha vida.”, disse a passista ao RJ1.

Questionada, a Secretaria Estadual de Saúde informou que uma sindicância será aberta para analisar o caso que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart.

O caso também será investigado pela Polícia. O delegado Bruno Enrique de Abreu Menezes, titular da 64ª DP (São João de Meriti), disse ao G1 que vai prosseguir com a apuração “quando receber os prontuários médicos, requisitarei uma perícia ao IML para sabermos se houve negligência ou imperícia”.