A nota fiscal do show realizado pelo cantor Belo, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, foi emitida após o início das investigações da Polícia Civil sobre a realização do evento. Conforme os dados do documento, ao qual o jornal Extra teve acesso, a emissão ocorreu no dia 17 de fevereiro, data da prisão de Belo e quatro dias após a apresentação do artista.

Ainda segundo o Extra, a informação de que a Polícia Civil estava investigando o caso foi divulgada no dia 15. A nota fiscal do show foi anexada pela defesa de Belo ao habeas corpus pedido para o cantor, que foi solto na quinta-feira (18).

De acordo com os dados da nota fiscal, o show custou R$ 65 mil. Em depoimento, Belo afirmou que só ficou com metade do valor. A outra parte foi dividida com os sócios da empresa Belo’s Music Empreendimentos Artísticos: José Alfredo da Silva Santana e Ronaldo de Carvalho Menino.

À polícia, o cantor afirmou ainda não saber onde serão realizados os shows para os quais é contratado. Segundo ele, José Alfredo é o responsável por tomar as decisões sobre as apresentações. Belo explicou ainda que a empresa “Belo’s Music Empreendimentos Artísticos” serve de “ponte” entre ele e os contratantes de seu show.

A empresa responsável por contratar Belo foi a Leleco produções, cujo representante legal é Leonardo Ribeiro de Paiva.

Cantor passou um dia na prisão

O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, deixou na manhã desta quinta-feira (18) a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio de Janeiro. A saída do cantor do presídio foi marcada por uma aglomeração de fãs, que fizeram questão de marcar presença enquanto o artista deixava a cadeia.

O cantor passou um dia na prisão sob a acusação de ter promovido a aglomeração de pessoas neste período de covid-19 e isolamento social. Ele foi liberado pelo desembargador Milton Fernandes de Souza, que aceitou o pedido de habeas corpus da sua defesa.

Belo foi preso enquanto participava de um programa de rádio no município de Angra dos Reis (RJ), na operação “É o que eu mereço”, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele foi indiciado por crimes de epidemia, esbulho possessório (relativo a invasões) e organização criminosa.

As acusações dizem respeito a um show promovido numa escola pública do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, na última sexta-feira (12) durante a pandemia e sem a autorização do governo de utilização do espaço. A realização de festas foi proibida pela prefeitura, na tentativa de conter a disseminação do coronavírus.

A Polícia Civil argumenta ainda que, além de desrespeitar as medidas de segurança sanitária, a realização de shows na comunidade depende do aval do crime organizado local, por isso o cantor foi indiciado também por organização criminosa.

* Com informações da Agência Estado