A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na terça-feira (7) Antônio Lúcio Fernandes Forte, o Antônio das Casinhas, de 39 anos, suspeito de ser o contador da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. Nos cadernos da contabilidade do grupo, é possível observar que a organização criminosa cobrava taxas de diversos comércios da região de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Costureiras, manicures, bancas de jornal, vendedores de cachorro-quente e de caldo de cana eram obrigados a pagar taxas que variam de 10 a R$ 200. De acordo com a polícia, quem não paga perde a “autorização” para trabalhar.

Antônio das Casinhas foi capturado em sua casa, em Campo Grande, após três meses de investigação e monitoramento. Conforme as investigações, o acusado era o responsável por toda a contabilidade e parte financeira da organização criminosa.

Ele teria a função de receber e lavar todo o dinheiro conseguido por meio de atividades iĺicitas, como parcelamento irregular de solo urbano para fins de construção civil, extorsões a moradores e comerciantes da região, subtração de terrenos de propriedade privada, dentre outras modalidades criminosas.

Para dar um aspecto de legalidade às atividades exercidas, ele constituiu uma empresa em seu nome, cujas atividades registradas seriam a administração e segurança condominial, bem como a construção civil. Por meio da firma, o criminoso, sob violência e grave ameaça da quadrilha, obrigava os moradores e comerciantes de toda região a contratar seus serviços.

Durante as buscas em sua residência foi encontrada uma pistola, munições, carregador estendido, cadernos de contabilidade das atividades criminosas do bando, fardamento militar, radiocomunicadores e R$ 10 mil em espécie. A polícia vai apurar se o valor apreendido corresponde ou não a parte das extorsões praticadas pelo grupo.

Antônio das Casinhas foi preso em cumprimento a um mandado de prisão condenatória pela prática dos crimes de porte irregular de arma de fogo de uso restrito, corrupção de menores, extorsão e organização criminosa.