A médica Ticy Azambuja, que trabalha na linha de frente no combate ao coronavírus, foi espancada no último sábado (30) por ao menos cinco frequentadores de uma balada clandestina no Rio de Janeiro.

Em uma postagem nas redes sociais, ela relatou que foi agredida após quebrar o retrovisor de um veículo estacionado irregularmente de um dos integrantes da festa. A médica contou que as “festas do corona” são frequentes na rua em que ela mora e que já havia acionado a polícia várias vezes, mas os agentes nunca apareciam.

Segundo Ticy, o evento ocorre em uma casa ao lado do Corpo de Bombeiros. No dia da agressão, a médica afirma que decidiu “acabar” com a festa por conta própria, porque precisava descansar para o próximo plantão daquela noite. Na publicação, ela conta que quebrar o retrovisor do carro foi uma atitude de “desespero”.

“Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer”, escreveu a médica.

A vítima também relatou que, durante as agressões, pediu socorro a bombeiros e pedestres e ninguém ajudou. De acordo com Tyci, o dono do carro se identificou como policial e exigiu que ela pagasse R$ 6.800 pelos danos.

Ao longo do relato, Tyci afirmou ainda que os bombeiros negaram a prestar socorro a ela. Segundo a vítima, um vizinho tentou apartar a briga e disse que a polícia deveria ser acionada. O homem também acabou agredido com um soco no rosto.

Depois disso, ela disse que três viaturas da Polícia Militar do Rio de Janeiro apareceram no local. Os agressores e frequentadores da festa fugiram para a casa onde o evento estava ocorrendo e ninguém foi indiciado. Ela foi levada a um hospital particular por um casal de vizinhos. Hoje de manhã, a médica foi à delegacia, para registrar ocorrência do caso.

Procurada pela reportagem do Uol, a PM-RJ confirmou a ocorrência. “Vale ressaltar que, como consta do boletim de ocorrência da PM elaborado pela equipe no local, as partes entraram em comum acordo e não foi realizado o registro na delegacia”, informou, em nota.

Ainda segundo a corporação, os policiais militares foram acionados mais tarde para verificar uma denúncia sobre uma festa na mesma rua. “Por infringir as determinações do decreto governamental de isolamento social, o evento foi encerrado”, informou.

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