No dia 21 de julho, Letícia Marinho Sales, de 50 anos, morreu ao ser atingida no peito durante uma operação conjunta da Polícia Civil e Militar no Complexo do Alemão (RJ). O inquérito sobre o homicídio apontou que a mulher foi baleada com um disparo efetuado pelo policial militar Eduardo Nunes Rodrigues Junior, que confundiu um colega de trabalho com um criminoso. As informações são do iG.

Em depoimento na Delegacia de Homicídios (DH), o cabo da Polícia Militar informou que integrava uma equipe que reforçava o policiamento no entorno do Complexo do Alemão. Nesse momento, ele viu dois veículos parados lado a lado em um semáforo.

Um carro era do modelo Chevrolet Prima e outro, Hyndai i30. Eduardo afirmou que avistou uma pessoa armada colocar o corpo para fora de uma das janelas do Hyndai e efetuar disparos. Como ela não se identificou, o agente revidou.

Um dos tiros atingiu Letícia, que estava no Chevrolet Prisma. Na sequência, ela foi socorrida pelo namorado e levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, mas já chegou morta no local.

Depois, foi constatado que a pessoa armada do carro Hyndai i30 era o policial militar Sérgio Rodrigues. Em depoimento à DH, a soldado da Polícia Militar Geniffer dos Santos Nunes disse que estava deixando o serviço no Complexo do Alemão e pegou uma carona com o colega para ir à base da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).

A agente ainda ressaltou que Sérgio colocou o corpo para fora do veículo ao ver a viatura e se identificou como policial. Mesmo assim, Eduardo Rodrigues efetuou disparos. Com isso, ele foi atingido na perna esquerda e precisou ser levado para a UPA do Alemão. Depois, o policial foi transferido ao Hospital Central da PM.

Procurada, a Polícia Militar afirmou que o cabo Eduardo Nunes Rodrigues Junior “está afastado dos serviços”. “A investigação do caso está a cargo da Polícia Civil e que a Corregedoria da Corporação colabora integralmente com a averiguação, além de ter instaurado procedimento interno”, acrescentou a corporação.

Quanto ao estado de saúde do policial Sérgio Rodrigues, a PM informou que “ele foi atendido no HCPM e liberado”.

No dia seguinte ao homicídio, ao irem liberar o corpo no Instituto Médico Legal (IML), as duas filhas de Letícia Marinho Sales, Jenifer e Jéssica Sales, criticaram a ação da polícia e pediram por justiça.

“Um policial vem e atira na minha mãe dessa forma? O que a minha mãe fez com ele? Ela levantou uma arma para matar ele? O que tinha na cabeça aquele homem?”, questionou Jéssica.