RJ: Homem é expulso de ônibus após assediar passageira que dormia

Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

A professora Laryssa Costa registrou uma notícia-crime depois de ter sido assediada por um homem dentro de um ônibus, em Araruama, região dos Lagos do Rio de Janeiro, enquanto dormia. O caso aconteceu na segunda-feira (20) e ela relatou ao UOL que, quando acordou, viu a mão dele em uma de suas coxas. Depois, ele foi expulso a chutes por outro passageiro do coletivo.

“Eu estava voltando para casa, o senhor subiu no ônibus e sentou do meu lado, sendo que tinha muito espaço vago. Como ele era idoso e (estava) carregando um pneu, eu relevei, pela idade dele, pensando que, por isso, ele não faria nada. Eu sempre durmo no ônibus, porque a viagem de onde trabalho para onde moro é longa. E eu acabei cochilando”, disse.

Quando acordou, ela levou um susto. “Eu achei que ele pudesse estar arrumando a posição do pneu, a primeira coisa que pensei foi: ‘Isso é coisa da minha cabeça’. Eu me mexi, ele levou um susto e tirou a mão. Eu fingi que tinha voltado a dormir e vi ele nitidamente fazendo a mesma coisa. Eu fiquei tão nervosa; fiquei com um misto de nojo e raiva.”

Assustada, Laryssa resolveu contar o que estava havendo para um outro passageiro. Então ele expulsou o homem do ônibus a chutes.

“Esse moço pegou ele, puxou ele, tirou o pneu e começou a gritar para o motorista parar. Ele foi e jogou as coisas do idoso para fora. Ele ainda questionou por que ninguém tinha feito nada para ajudar, me perguntou se eu estava bem. Eu só tremia. Ele ainda ficou uns dois minutos comigo até eu me acalmar.”

O UOL procurou a Viação Montes Brancos, que é responsável pela linha em que Laryssa estava, e a empresa informou que foi notificada sobre o caso e “efetuou todo o protocolo exigido pela legislação vigente”. Também destacou que “lamenta profundamente o ocorrido” e repudia toda e qualquer forma de assédio, importunação ou desrespeito à mulher e que “as imagens de monitoramento do veículo estão à disposição da vítima e das autoridades”.

Atendimento na delegacia

Contudo, a professora informou que passou por outro problema no mesmo dia. Dessa vez, na Delegacia da Mulher de Araruama, onde registrou o boletim de ocorrência.

“Não havia nenhuma mulher, só homens. Eu fui tratada como um nada. Eu tinha o vídeo que foi feito no ônibus, uma foto que mandei para minha família mostrando que o homem estava colado no meu corpo e o policial falou que, se eu não fosse na rua comprar um pendrive para botar aquelas fotos, ele não iria anexar. Eu estava com pouco dinheiro e paguei R$ 45 em um pendrive só para colocar um vídeo de cinco segundos e uma imagem na delegacia.”

“Eu ainda mostrei a imagem, ele disse que não significa nada. Ele perguntou o nome dele, mas eu disse que não tinha como eu saber. Aí ele falou que assim seria mais fácil. Fui destratada no ônibus e até na delegacia”, acrescentou.

A Universa procurou a Polícia Civil do Rio de Janeiro para ter mais informações do atendimento prestado a Laryssa, mas não obteve retorno até o momento.