Gilcemir da Silva, de 47 anos, morador do Morro do Dezoito, no bairro de Piedade, no Rio de Janeiro, morreu na madrugada do último domingo (13), durante uma festa familiar. As informações são do UOL.

Familiares da vítima afirmam que policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) chegaram atirando onde a família se reunia. Daniele Cristina, de 38 anos, cunhada da vítima, contou que houve muitos tiros e confusão. Gilcemir chegou a correr para a casa dele, mas foi atingido no pescoço e morreu.

“Ouvimos muitos disparos e todo mundo começou a correr. Ele correu para casa dele também, para se proteger. Depois de todo mundo em casa, começamos a ouvir um morador gritando, dizendo que haviam atingido um amigo. Era ele. Foi mais uma ação falida do Estado. Ninguém foi preso e é mais uma família que ficou sem pai, sem avô, sem marido, sem filho”, lamentou Daniele, em entrevista ao UOL.

Segundo Daniele, havia um grande número de agentes do batalhão, indicando uma possível operação na área. “Ele caiu e morreu ali mesmo. Havia mais de 40 policiais no morro. Eles chegaram perto do meu irmão e não deixaram ninguém se aproximar. Levaram ele para o hospital morto. A gente que tá na comunidade fica coagido. Somos só nós e eles [policiais] ali dentro”, disse.

Versão do BOPE

Ao UOL, a Polícia Militar informou que uma equipe do Bope estava em patrulhamento na comunidade quando foi atacada a tiros por homens armados. O comunicado também relata que, após os disparos, os policiais localizaram uma pistola e “farta quantidade de material entorpecente” e, em seguida, um indivíduo ferido por disparo de arma de fogo foi encontrado e encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho.

“Nesta ação foram apreendidos uma pistola 9mm, um carregador de pistola, três telefones celulares, um rádio comunicador e material entorpecente (103 invólucros de cocaína, 12 frascos de vidro de loló, 58 invólucros de maconha) e R$ 60 em espécie”, completou a corporação.