Everton Lamartine Matte foi preso em flagrante nesta quarta-feira (23) no bairro Icaraí, em Niterói (RJ). Segundo os agentes da 35ª Delegacia de Polícia (DP) Campo Grande, ele se apresentava como delegado federal, mantinha três mulheres em cárcere privado e as obrigava a tirar fotos nuas. As informações são do iG.

O caso veio à tona depois que uma das mulheres conseguiu fugir e foi até a 35ª DP. Aos agentes, ela relatou que Everton usava armas para intimidá-las e também afirmava que era filho de um general do Exército Brasileiro.

“Ele usava essa figura de delegado para intimidar, para forçá-las a não tentar fugir porque ele sendo policial, conhecia todos os policiais de Icaraí. As armas (encontradas no apartamento) não são verdadeiras”, disse o delegado Túlio Pelosi.

Além de Everton, outro homem também foi detido em seu apartamento. O terceiro comparsa conseguiu fugir e é procurado pela polícia.

Golpe de produção cinematográfica

Para atrair as mulheres, Everton publicava nas redes sociais que era dono da produtora “Matte Filmes” e estava à procura de algumas atrizes.

A última vítima caiu no golpe em fevereiro deste ano. Ela relatou que realizou duas gravações. A primeira foi feita em um restaurante na Barra da Tijuca e recebeu R$ 250 pelo trabalho.

A segunda gravação foi realizada no apartamento de Everton, que era usado como sede da produtora cinematográfica.

Após as filmagens, a mulher foi tomar banho e trocar de roupa. No caminho ela foi abordada pelas outras vítimas, que pediram para ela fugir e relatar o caso em uma delegacia.

Ao tentar escapar, ela foi impedida pelo falso delegado com o pretexto de que havia marcado outra gravação para o dia seguinte.

Em um determinado dia, durante a noite, ela conseguiu pegar a chave do apartamento e fugiu.

As outras duas vítimas resgatadas afirmaram à polícia que Everton as obrigou a assinar um contrato de exclusividade e, caso ele fosse quebrado, teriam que pagar uma multa de R$ 30 mil.

Com isso, ele controlava a alimentação e todos os horários das vítimas.

Everton Lamartine Matte foi indiciado pelos crimes de estelionato e cárcere privado.