A Polícia Civil indiciou o empresário Igor Monteiro Simão, de 26 anos, pelo crime de importunação sexual por ter abordado uma menina, 14, no bar da cobertura do Hotel Fasano, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, no último sábado (30). As informações são do O Globo.

Imagens obtidas com exclusividade pelo jornal mostram a garota acompanhada de uma amiga, também menor de idade, no bar. Em um determinado momento, Igor, que estava de bermuda e sem camisa, sentou no sofá ao lado de uma das meninas e colocou as mãos em uma das suas coxas.

Então o empresário começou a conversar com as duas meninas. Depois, um funcionário do Hotel Fasano apareceu nas imagens da câmera de segurança tentando afastar Igor do local.

As garotas prestaram depoimento na 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana) e ambas relataram que Igor aparentava estar embriagado quando sentou no sofá. Uma das meninas afirmou que tentou se desvencilhar quando ele pegou em uma de suas coxas e informou que era menor de idade.

Contudo, segundo ela, Igor teria continuado com as insinuações e falava “com o rosto cada vez mais próximo”, “como se pretendesse beijar as amigas”. Inclusive, o empresário teria perguntado se poderia ficar mais perto das duas meninas.

Nesse momento, um funcionário advertiu o empresário, que o empurrou e disse: “Você sabe quem eu sou?”

Então as duas adolescentes aproveitaram a intervenção do funcionário para deixarem o local. Quando chegaram ao quarto onde estavam hospedadas, uma delas contou para o pai, que é um empresário paulista, o que havia acontecido. Imediatamente, ele acionou a polícia.

Os policiais se deslocaram até o Hotel Fasano, mas não conseguiram localizar Igor. Na sequência, foram ao apartamento em que ele reside, no Recreio, zona oeste do Rio, porém ele já havia fugido em uma BMW.

Por conta disso, a delegada Débora Rodrigues, titular da 12ª DP, solicitou a prisão preventiva de Igor para garantir “a ordem pública”, pois ele “atrapalhou as diligências na demora da entrega das imagens, as quais estão com falhas”

Por outro lado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da promotora Luciana Gouvêa, entendeu que é “improvável” que Igor “exerça algum tipo de influência”, já que as duas vítimas moram em outro estado. Ela foi apenas favorável ao pedido de que o empresário seja impedido de sair do país.

A juíza Luciana Halbritter aceitou o argumento apresentado pelo MPRJ e indeferiu o pedido de prisão contra Igor.

Procurado pelo Globo, o Hotel Fasano informou que “agiu com firmeza e dentro dos limites da lei para coibir atitudes inoportunas de um cliente” e que “um funcionário pediu reiteradas vezes para que o cliente deixasse o hotel, não sendo atendido”. Ressaltou que “o cliente chegou a ameaçar o funcionário e a agredi-lo fisicamente”.

A nota emitida pelo hotel finalizou afirmando que “cedeu as imagens tão logo foram solicitadas por autoridade competente” e elas “são claras e mostram que o cliente que teve atitudes inoportunas jamais foi protegido ou ajudado por funcionários do hotel”.

O Globo entrou em contato com a defesa de Igor Monteiro Simão, mas ela não se manifestou sobre o caso até o momento.