A direção da Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói (RJ), sofreu alteração após uma inspeção da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro e do Conselho Nacional de Justiça identificar indícios de regalias a internos como o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, na segunda-feira (11). Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o caso. As informações são da Band TV.

Conforme os fiscais, uma instalação de isopor no teto, que pode funcionar como isolante térmico, foi vista dentro da cela de Cabral. Foram encontradas também embalagens de restaurantes nas lixeiras. De acordo com o jurista Fábio Manoel, parentes podem levar alimentos em dias de visita, mas com ressalvas.

A defesa de Cabral alega que todas as celas da galeria onde o ex-governador está contam com o material que ameniza o calor nos dias quentes, e que não há proibição de receber comida dos parentes em dias de visita.

Essa não é a primeira vez que Cabral é suspeito de receber regalias dentro da cadeia. Em 2017, enquanto ainda estava em Bangu 8, no Rio de Janeiro, câmeras de vigilância da cadeia mostraram que o ex-governador circulava livremente pela unidade, recebia encomendas, além de visitas fora de hora. No mesmo ano, já no presídio de Benfica, na Zona Norte, uma sala foi montada para o político com TV de 65 polegadas e um home theater.

Cabral foi preso no dia 17 de novembro de 2016, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Calicute, sob acusação de receber propinas em troca de contratos de obras como a reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas.

Ao longo das investigações e desdobramentos da Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal fatiou as acusações e denunciou Cabral em 37 ações penais. Cabral é acusado de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e evasão de divisas. As penas somam 393 anos.