O homem responsável pelo assassinato do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, na Vila Cosmos, zona norte do Rio de Janeiro, contou em depoimento à Polícia Civil que alugou a arma do crime, um revólver calibre 38, e duas placas de carro de um traficante na Cidade de Deus, na zona oeste. As informações são do jornal Extra.

Leonardo Lima, autor confesso do crime, foi preso junto com a síndica Priscilla de Oliveira, sua amante e suspeita de ter participado do assassinato. Ela foi presa temporariamente acusada pela Polícia Civil de ser a mandante da morte de Monttechiari, morador do mesmo prédio na Barra da Tijuca, na zona oeste, que planejava denunciá-la por irregularidades na administração.

Ainda de acordo com o Extra, em seu depoimento, Leonardo contou que procurou um mototaxista que conhecia na Cidade de Deus e disse que precisava de uma arma e de uma placa de carro. O mototaxista o levou ao interior da comunidade e o apresentou a um traficante, que cobrou mil reais pelo revólver, que foi devolvido após o crime, e pelas placas.

À polícia, Leonardo disse que foi para o local de trabalho de Monttechiari, onde aguardou sua chegada. O assassino desceu do carro pela porta do motorista e apontou a arma para o empresário, que tentou tirar a arma de suas mãos, mas não conseguiu.

Ele disse que, por conta do nervosismo, na hora da fuga, acabou entrando em seu veículo pela porta do passageiro e, ao passar para o banco do motorista, esbarrou no câmbio e o carro acabou andando um pouco.

De acordo com o Extra, a polícia acredita que o fato dele ter entrado no banco do carona pode ser um indício de que havia outra pessoa na cena do crime, que seria motorista na fuga.

Leonardo ainda contou que voltou à Cidade de Deus para devolver o revólver. Em seguida, jogou as placas de carro no Canal do Anil, assim como suas roupas, que acabou trocando por outras que tinha levado.

Relembre o caso

O empresário Carlos Eduardo Monttechiari foi baleado por um homem no dia 1º de fevereiro deste ano assim que abriu a porta do carro. O atirador correu, entrou em outro carro, onde um motorista o aguardava, e fugiu. A vítima conseguiu dirigir por alguns metros, foi socorrida e internada, mas morreu no dia seguinte.

A 27ª DP (Vicente de Carvalho) começou a investigar o caso suspeitando de latrocínio (roubo seguido de morte), mas constatou que nada havia sido roubado da vítima. Ao pesquisar eventuais desafetos do empresário, descobriu que ele havia reunido documentos para tentar comprovar supostas irregularidades cometidas pela síndica do condomínio em que morava, o London Green, na Barra da Tijuca (zona oeste).

Monttechiari já havia sido síndico do mesmo condomínio e acusava Priscilla de Oliveira de desviar cerca de R$ 800 mil da administração, segundo a polícia. A documentação seria apresentada durante uma assembleia agendada para 5 de fevereiro.

O crime foi registrado por câmeras de segurança, que mostraram o carro usado pelo assassino. A polícia descobriu que o veículo está registrado em nome da mulher de Leonardo Lima, que é funcionário do condomínio London Green. As imagens indicam que foi ele quem praticou o crime. A investigação apontou também que Lima mantém um caso extraconjugal com a síndica.

Ao ser abordado pela polícia, nesta terça-feira, Lima tentou fugir, mas acabou preso na avenida das Américas. Priscilla também foi presa. Nenhum dos dois tinha antecedentes criminais. A ordem de prisão temporária determina que eles fiquem detidos pelo prazo de 30 dias, para a conclusão das investigações. A Polícia Civil ainda não sabe, por exemplo, quem dirigia o carro com o qual Lima chegou e fugiu do local do crime.

* Com informações da Agência Estado