O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte no último dia 24, na altura do Posto 8 da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com o lado  do IML (Instituto Médico Legal), os pulmões de Kabagambe tinham áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue. As informações são do jornal Extra e do G1.

“Nesses casos, a aspiração do sangue leva a dificuldade respiratória, como em uma asfixia, e a morte não se dá de maneira imediata. Estima-se em dez minutos o tempo de sofrimento respiratório que o fez agonizar antes de morrer”, explicou ao jornal Extra o perito Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

As agressões contra Moïse foram registradas por uma câmera de segurança do quiosque Tropicália. O congolês foi espancado pelo gerente do local e por pelo menos outras quatro pessoas. A vítima recebeu socos, chutes e mais de 30 pauladas e continuou sendo agredida após ser amarrada.

Conforme familiares da vítima, Moïse  foi agredido após cobrar o gerente por três dias de salário atrasado. Segundo as investigações, o corpo do jovem foi encontrado por policiais militares do 31º BPM (Recreio) ainda amarrado, no chão, próximo ao Tropicália.

Moïse Kabagambe, de 24 anos, estava no Brasil desde 2014, quando fugiu da guerra na República Democrática do Congo. Ele foi enterrado no domingo (30) no Cemitério de Irajá.

Três homens presos

Na terça-feira (1º), três homens foram presos acusados de participarem dos espancamento de Moïse.  Eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel.

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De acordo com a polícia, um dos presos é Fábio Silva, vendedor de caipirinhas na praia, que confessou aos agentes ter dado pauladas no congolês. Ele estava escondido na casa de parentes.

Mais tarde, outro homem, identificado com Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos, também admitiu ter participado das agressões. Aos policiais, ele afirmou que “ninguém queria tirar a vida dele”[Moïse] e que o grupo foi “defender o senhor” do quiosque do lado, com quem Moïse teria tido “um problema”.

A identidade do terceiro preso não foi informada pela polícia.

Também na terça-feira, o dono do quiosque Tropicália prestou depoimento. Conforme a defesa dele, o homem não conhece os agressores. O dono do quiosque negou que havia dívidas com Moïse. Ainda segundo a defesa, ele estava em casa quando o congolês foi espancado e apenas um funcionário do estabelecimento estava no local no momento das agressões.


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