Há 20 anos a Seleção Brasileira erguia o último e mais importante título de sua história. O pentacampeonato na Copa do Mundo de 2002 foi em um 30 de junho e teve como um dos personagens o ex-meio-campista Rivaldo. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o jogador relembrou a campanha invicta dos brasileiros depois de uma preparação conturbada. Com nove pontos na fase de grupos, foi nas oitavas que o jogador acreditou que a taça voltaria ao Brasil.

– Depois daquele jogo contra a Bélgica eu, particularmente, disse: “Essa Copa é nossa”, porque foi o jogo mais difícil para mim em termos de Copa do Mundo, teve um gol que o atacante da Bélgica fez em cima do Roque Júnior, que o árbitro deu falta, que até hoje tem pessoas que ficam em dúvida se foi falta ou não, mas o jogo estava muito difícil. Depois daquela vitória eu disse “agora vamos chegar na final e vamos ser campeões”. E eu comecei a pegar confiança, eu queria ser campeão, porque eu estava com uma decepção enorme de 1998 e eu queria chegar em uma final de Copa novamente para tentar conseguir esse título que fica marcado na vida de um jogador.

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A Seleção fez a campanha perfeita com sete vitórias em sete jogos. O ataque com Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo foi responsável por 18 gols na competição. O Brasil foi líder no Grupo C, com nove pontos. No mata-mata, bateu Bélgica, Inglaterra, Turquia e a Alemanha. Foi preciso uma preparação conturbada desde a decepção do vice-campeonato em 1998, Eliminatórias com campanha contestada e três treinadores no comando até que Luiz Felipe Scolari assumisse o cargo. A garantia da vaga ao Mundial aconteceu na última rodada.

– O ambiente é sempre importante, principalmente quando você vai para uma Copa do Mundo, tem que ser o ambiente melhor possível, os jogadores sempre brincando, se divertindo, a gente sabia da responsabilidade que era uma Copa do Mundo, mas os jogadores levavam aquilo como se estivessem em seus clubes, com brincadeira, era um ambiente muito legal, só que quando se ganha, se fala do ambiente, em 1998 tivemos um ótimo ambiente também, mas perdemos, então é claro que se fala mais quando se consegue a vitória, se consegue o título, o ambiente de 1998 e de 2002 foi a mesma coisa, chegamos em duas finais, mas uma perdemos e outra ganhamos. Sempre falo que o ambiente é fundamental, e o Felipão soube levar esse ambiente tranquilamente, soube levar os grandes nomes, unir o grupo, com todos, então o ambiente era muito legal.

Rivaldo

Rivaldo foi campeão com a Seleção em 2002 (Foto: Reprodução / Instagram Rivaldo)

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Qual é a sua melhor lembrança da Copa de 2002? O que você vai levar para sempre dali?

– Tem tantos momentos… Mas além dos gols que eu fiz e dos jogos importantes, como o da Inglaterra, da Bélgica, o primeiro gol contra a Turquia, de pênalti, então isso você jamais esquece, mas o ambiente depois que a gente foi campeão, aquela festa, aquela alegria, a nossa volta para o Brasil, dentro do avião, quando chegamos em Brasília, são muitas coisas, é uma viagem que passa na sua cabeça, é um momento muito especial, você relembrar todas essas coisas que você passou naquele mundial, fazendo isso 20 anos depois, é muito legal, é um sonho para todo jogador ser campeão do mundo, eu agradeço a Deus por ter conquistado esse título tão importante para a minha carreira.

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Para as gerações que não acompanharam e podem achar que é mentira… O que foram as cambalhotas do Vampeta em Brasília?

– O Vampeta é muito engraçado, e ele é assim até hoje, daquele jeito Vampeta mesmo. Quando ele chegou lá em Brasília, ele fez a cambalhota dele e ficou marcado. O Vampeta jogava muito, era um grande jogador, mereceu estar na Copa do Mundo, mereceu ser campeão, estava numa fase muito boa, é uma grande pessoa, um grande amigo. O Vampeta é demais, eu gostava muito e gosto muito dele.

Quem foi seu melhor parceiro de Seleção Brasileira?

– Até hoje eu tenho amizade com vários jogadores, com Cafu, com Roberto Carlos, com Ronaldo, com Ronaldinho, com o Edmílson, até hoje temos papo no grupo do Penta, o Denílson era outro que animava muito o grupo, Edílson, Juninho Paulista, acho que o grupo, eu sempre levei bem com todos, era muito legal, eu me divertia com todos, acho que aqueles jogadores foram escolhidos a dedo, o Marcão também, Rogério, Dida, todos, foi muito legal todos esses grandes jogadores estarem lá naquele momento, acho que tinham que ser aqueles mesmos para estarem no Mundial, porque o ambiente foi sensacional.