Rival do Timão na Libertadores é acusado de promover tortura

CARACAS, 26 FEV (ANSA) – Um grupo de ativistas acusou o clube Universidad Central de Venezuela (UCV), adversário do Corinthians na segunda fase da Copa Libertadores da América, de exibir no uniforme o distintivo da Divisão de Assuntos Especiais (DAE), que é ligada à Direção-Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) do regime de Nicolás Maduro.   

A DAE é comandada por Alexander Granko Arteaga, também conhecido como “Barba” e dono da UCV. Ele é acusado por opositores e ONGs de ser o responsável por torturas contra dissidentes políticos na Venezuela e é alvo de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos.   

“Não existem gols suficientes para encobrir os crimes de lesa humanidade cometidos na Venezuela. A UCV carrega no peito o selo Tun Tun […] para mostrar a institucionalização da tortura na Venezuela”, disse no Instagram o grupo Realidad Helicoide, projeto de realidade virtual para denunciar torturas praticadas em El Helicoide, prisão política administrada pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).   

O selo em questão é formado por um capacete espartano dentro de um distintivo, desenho também exibido nos uniformes de agentes da DAE, que foi “denunciada por organismos internacionais por perpetrar atos de tortura e crimes de lesa humanidade, a mando de Iván Hernández Dala [chefe da DGCIM] e Granko Arteaga”.   

Um dos fatos que chamaram atenção na partida de ida entre UCV e Corinthians, que terminou empatada em 1 a 1, foi a presença do filho do chefe da DAE, Alexander Granko, de apenas 16 anos, entre os titulares. O jogo de volta acontece na noite desta quarta-feira (26), na Neo Química Arena. (ANSA).