A roqueira Rita Lee está escrevendo um livro sobre os dias em que lutou, ao lado do marido Roberto de Carvalho, contra o surgimento de tumores em seu pulmão. Rita começou suas anotações antes mesmo de saber do recente diagnóstico que apontou o desaparecimento da doença. Foram ao todo um ano desde o início do tratamento e a confirmação de sua remissão, passando primeiro por 30 sessões de radioterapia, e, em seguida, por outras de quimioterapia.

Rita descobriu a doença depois de sentir fortes crises respiratórias logo após receber a primeira dose da vacina Coronavac. Sintomas de bronquite e dores no pescoço duraram dois ou três dias até amenizarem. Um mês depois, após ser vacinada com a segunda dose, os problemas respiratórios voltaram e ela foi levada ao hospital. As vacinas podem ter potencializado os sintomas da doença que já existia ali, mas (óbvio, mas é bom reforçar) não foram sua causa.

Os exames de imagem do pulmão, pedidos para identificar a razão dos desconfortos persistentes, apontaram os tumores. Uma equipe médica do hospital Albert Einstein foi formada para cuidar de seu caso e as sessões começaram rapidamente. Apesar dos reflexos desagradáveis da radioterapia, como os que dão fortes sensações de queimação pelo corpo, Rita não teve vômitos nem perdeu peso, mantendo-se em torno de seus 52 quilos. Ao lado sobretudo de Roberto e do filho João, sempre presentes, a luta seguiu com as aplicações de quimioterapia. Os cabelos caíram e o corpo se debilitou, mas a resposta localizada a cada tratamento animava. O nome da doença, batizada por Roberto: Jair.

Quem viu os resultados dos exames mais recentes foi o marido. Foi Roberto, como um prêmio, quem levou a notícia a Rita de que ela estava livre dos tumores. Juntos, porém, decidiram manter-se discretos, e seguem assim, por saberem que ainda há uma reabilitação a ser feita e que, como em todos os casos do tipo, será necessário um cuidado de vigilância permanente. Mas a boa notícia existe, e está sendo comemorada.