Nascida no “esquisito dia 31 de dezembro” de 1947, Rita Lee completou 75 anos neste sábado, 31. Se você pensa que o “Lee” é um nome artístico, se enganou. Descendente de estadunidenses e italianos, o sobrenome vem de “Lee Jones”, de sua família paterna.
Rita tem duas irmãs: Mary e Virgínia. Conforme narra em seu livro Rita Lee – Uma Autobiografia, a casa onde nasceu e foi criada na Vila Mariana, era tomada pelas mulheres e pelo espírito lúdico – que, no futuro, ia marcar a sua carreira como estrela do Rock.
Sua primeira banda foi a Teennage Singers, formada por ela e outras três meninas. O grupo se formou ainda na escola, no período em que elas cursavam o ensino médio. Foi nesse período que Rita conheceu os irmãos Sérgio, Cláudio e Arnaldo Baptista – com quem foi casada por quatro anos.
Desse encontro surgiu a banda Os Mutantes, que revolucionou a música brasileira e o rock, com um som psicodélico e irreverente. Foi com os Mutantes que Rita, e seus parceiros, se consagraram no cenário musical do País.
O fim da banda veio depois que ela ser a única a discordar em trilhar o caminho do modismo do rock progressivo, que imperava à época. Ela defendia a continuidade na psicodelia, na mistura de gêneros musicais e na inovação estética.
O seu primeiro álbum solo lançado foi Build Up (1970) e na faixa de abertura a cantora e compositora já dava a letra do que esperava para o futuro. Em Sucesso, Aqui Vou Eu, a cantora aposta em si mesma: “Já estou até vendo//Meu nome brilhando//E o mundo aplaudindo”. Ela não estava errada.
Rita se consagrou como uma das maiores referências da MPB. Em 1975, lançou Fruto Proibido (1975), disco que trouxe clássicos da carreira da rockeira como Ovelha Negra e Agora Só Falta Você. A sua afirmação como figura pop brasileira veio na década seguinte, em 1980, quando ela lançou o disco Rita Lee (1980).
O álbum é composto basicamente por hits da cantora, como Lança Perfume, Caso Sério, Baila Comigo e Nem Luxo, Nem Lixo. Com um set list desse não poderia ser diferente: o sucesso foi instantâneo. Em apenas um mês foram 130 mil cópias foram vendidas no Brasil.
Atualmente, Rita se diz aposentada dos palcos, mas não da música. No ano passado, ela lançou o single Change, composto com seu marido Roberto de Carvalho. A música foi a primeira inédita lançada por ela em oito anos.
Nos últimos anos, tem se dedicado mais à literatura. Prestes a completar 70 anos, em 2016, ela publicou sua autobiografia e, em 2018, lançou outro título em que falava sobre sua vida – FavoRita. Ela também lançou os infantis Dropz (2017) e Amiga Ursa – Uma história triste, mas com final feliz (2019).
Em abril deste ano, uma notícia boa veio à público: Rita foi considerada curada do câncer no pulmão, do qual tratava desde maio de 2021. Depois de ser homenageada na cerimônia do Grammy Latino de 2022, Rita concedeu uma entrevista à Rolling Stones em que rejeitou a alcunha de “rainha do rock”- que ela classificou como “cafona”. “Prefiro ser chamada de ‘Padroeira da Liberdade'”, brincou.
“Nascer no 31 de dezembro é sacanagem”, escreveu Rita em sua autobiografia. Como é de se esperar, ela relata que passou a infância e adolescência sofrendo com o fato de receber um único presente de natal e aniversário. Fase certamente superada, já que ninguém vai esquecer desse ícone da música.