O primeiro-ministro conservador britânico, Rishi Sunak, anunciou, nesta segunda-feira (22), que seu projeto de expulsão de imigrantes ilegais para Ruanda, que enfrenta obstáculos legais dois anos legais, será aplicado “independente do que acontecer”.

Os voos para o país africano começarão em “dez ou doze semanas”, afirmou o primeiro-ministro durante uma coletiva de imprensa destinada a apresentar os meios utilizados pelo governo para organizar essas expulsões, e que ocorre em um dia crucial no Parlamento onde o projeto de lei pode ser aprovado.

“Decolarão, independente do que acontecer”, insistiu Sunak, cujo projeto de lei é uma resposta à decisão do ano passado da Suprema Corte de Jutiça britânica que freou o plano em novembro, ao considerá-lo ilegal.

O texto esteve nas últimas semanas em uma fase “pingue-pongue”, indo da Câmara dos Lordes para a Câmara dos Comuns em busca de consenso no Parlamento britânico.

Após vários debates sem maiores sucessos, o projeto de lei volta esta segunda à Câmara dos Comuns, que pode aprová-lo.

Desde a sua chegada a Downing Street, há um ano e meio, o conservador Rishi Sunak busca concretizar o projeto do governo de Boris Johnson, lançado em 2022 e que não conseguiu ser colocado em prática.

Sunak fez da luta contra a imigração ilegal uma de suas prioridades e quer levar o projeto adiante antes das eleições legislativas britânicas.

Visando as eleições, ainda sem data marcada, mas que devem ocorrer antes do final de janeiro de 2025, os conservadores, que estão há quatorze anos no poder, estão em clara desvantagem nas pesquisas em relação aos trabalhistas.

O novo projeto de lei obrigaria os juízes a considerar a nação do leste da África um país seguro para os expulsos e daria aos ministros o poder de ignorar seções do direito internacional e britânico de direitos humanos.

O governo mostrou sua rejeição a ceder às duas emendas solicitadas pelos Lordes quando os Comuns examinarem o texto nesta segunda.

A primeira emenda da Câmara dos Lordes, órgão consultivo dos Comuns, que votam as leis, pede a isenção da deportação para as pessoas que trabalharam com o Exército do Reino Unido no exterior, como os intérpretes afegãos.

A outra emenda pede um supervisor independente para determinar se Ruanda é realmente um país seguro.

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