Rio de Janeiro atinge pela primeira vez Nível de Calor 4, segundo mais alto da escala. Ao todo, onda de calor afeta nove estados e o Distrito Federal.A terceira onda de calor registrada no país desde o início do ano, que atinge principalmente o Sudeste, o Sul, o Centro-Oeste e parte do Nordeste, levou as autoridades a emitirem alertas à população para condições extremamente quentes e secas nesta segunda-feira (17/02).
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) comunicou na sexta-feira passada, essa nova onda de calor atingirá inicialmente áreas dos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e deverá se estender pelos estados do Goiás e da Bahia.
Já segundo a empresa Climatempo, a onda de calor afeta nove estados e o Distrito Federal. Além dos estados da região Sudeste – Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais –, também são afetados o Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, a região norte do Paraná e o extremo sul do Piauí.
O Rio de Janeiro vive expectativa de um novo dia quente nesta terça-feira, depois de a capital registrar 44ºC no dia anterior. A previsão é de máxima de 42°C, e o calor deve prosseguir até sexta-feira.
O Sistema meteorológico Alerta Rio, gerenciado pelo município, informou uma temperatura máxima de 44 graus no bairro de Guaratiba, no oeste da cidade, um recorde desde o início das medições desse sistema, em 2014. O recorde anterior era de 18 de novembro de 2023 (43,8 ºC), também em Guaratiba.
A capital fluminense atingiu o chamado Nível de Calor 4 às 12h35 desta segunda-feira, no horário local. Esse estágio, o segundo mais alto na escala, indica a ocorrência de temperaturas de 40°C a 44°C, com previsão de permanência ou aumento por pelo menos três dias consecutivos. O Nível de Calor 5, o mais elevado, indica temperaturas acima de 44ºC.
O Sistema Alerta Rio explicou que a alta temperatura é influenciada por um sistema de alta pressão no oceano. As ondas de calor ocorrem quando as temperaturas se mantem 5°C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos.
Esta é a primeira vez que a cidade atinge um nível de calor tão alto desde junho do ano passado. O Centro de Operações do Rio (COR) orientou a população a realizar adaptações na rotina para se proteger dos impactos das ondas de calor.
Esta é a terceira onda de calor no país desde o início de 2025, segundo o Inmet. A primeira ocorreu entre os dias 17 e 23 de janeiro, e a segunda, entre os dias 2 e 12 de fevereiro, ambas no Rio Grande do Sul. Uma onda de calor ocorre devido a uma combinação de altas temperaturas, poucas chuvas e um bloqueio atmosférico que impede a chegada de frentes frias.
"Bolha de calor"
Segundo o Inmet, as temperaturas podem atingir um nível de até 7°C acima do esperado para o mês de fevereiro, com a onda de calor nas regiões afetadas devendo se estender ao menos até o dia 24.
O estado de São Paulo poderá registrar temperaturas de até 38ºC nesta terça, e na capital a marca pode chegar a 35ºC, ou um grau acima da atingida no dia anterior, marcando um novo patamar para o verão e para o ano.
Os meteorologistas explicam que a região central do país está sob um bloqueio atmosférico, que cria uma "bolha de calor", uma área de alta pressão que ganha força e impede a entrada das massas de ar frio.
A chegada de uma frente fria à costa do Sudeste entre esta terça e quarta-feira poderá trazer algum alívio e aumentar as chances de chuvas em São Paulo e parte do Rio de Janeiro, ocasionando uma leve queda na temperatura, com a cidade do Rio de Janeiro podendo registrar 37ºC.
A região Sul, principalmente o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, deverá enfrentar chuvas mais intensas e rajadas de vento, uma vez que o bloqueio atmosférico impede que a frente fria se encaminhe para o Sudeste.
Ao mesmo tempo, há previsão de temporais no Ceará, Amapá, norte do Piauí, norte do Maranhão e norte do Pará – região que está sob a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um corredor de umidade próximo à linha do Equador e que se aproxima da América do Sul no verão.
rc/as (Efe, Agência Brasil, ots)