O Estado do Rio vai quitar nesta sexta-feira, 16, metade dos repasses atrasados de operações de crédito consignado tomadas por seus servidores nos bancos, conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O débito total em aberto supera os R$ 500 milhões e corresponde aos meses de março e abril, quando as contas do governo fluminense foram afetadas por arrestos. Enquanto isso, o Amapá começa a preocupar as instituições financeiras ao completar o segundo mês de atraso, segundo uma fonte.

Os bancos com maior exposição no Rio são o Bradesco, que detém a folha de pagamento, além do Itaú, que já respondeu pela folha no passado. Outras instituições como Santander e Banco do Brasil também estariam sendo afetadas, mas em menor proporção.

Recentemente, o governo do Rio, que pretendia abrir edital e arrecadar R$ 1 bilhão com a venda da folha de pagamento de seus servidores, estendeu o contrato com o Bradesco. Estado e banco assinaram um termo aditivo que ampliou até a metade de 2017 o contrato da folha de pagamento, o que representou a entrada de R$ 250 milhões aos cofres fluminenses.

No caso do Amapá, o atraso dos repasses de crédito consignado chegou a dois meses no final de agosto. O valor em aberto, conforme fonte, está em torno de R$ 40 milhões. O Estado deve os meses de julho e agosto, além de uma cifra residual de junho. A carteira total soma cerca de R$ 570 milhões.

Os grandes bancos estão entre os mais expostos no Amapá. O BB é responsável por 45% do total e já teria notificado o Estado de que considera a possibilidade, inclusive, de bloquear o convênio. Outros bancos como Bradesco, Itaú, Santander e instituições menores como o Pan (ex-Panamericano) também teriam exposição ao Amapá.

O problema de calotes ocorre em um segmento, até então, visto como de baixo risco para os bancos. Não por acaso, as grandes instituições travaram no passado disputas por folhas de pagamento de servidores públicos nos últimos anos.

Procuradas, as secretarias de Fazenda do Rio de Janeiro e do Amapá não se manifestaram. Os bancos citados também não quiseram comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.