Os hospitais municipais e estaduais do Rio estão funcionando nesta segunda-feira, 28, oitavo dia da greve dos caminhoneiros, sem que haja falta de oxigênio, alimentos nem insumos para atendimentos de emergência. Já a baixa nos estoques de sangue preocupa as unidades de saúde.

Graças a negociações com caminhoneiros, está garantida a saída de caminhões-tanque da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, com escolta de militares, de modo a não comprometer as atividades de hospitais e clínicas do Rio.

Uma Central Escoltas e Controle de Saída de Veículos foi montada na Reduc pelas Forças Armadas. Na madrugada desta segunda-feira, foram feitas 26 escoltas, segundo informou o Comando Militar do Leste, tendo como destinatários prioritários os hospitais e os transportes públicos.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital está com um plano de contingência de racionalização dos recursos disponíveis. “Os cilindros de gases medicinais estão abastecidos e garantidos pelos próximos dias, assim como os tanques de boa parte das ambulâncias e veículos de serviços essenciais”, diz nota enviada nesta tarde.

A prioridade nos hospitais é para os atendimentos de urgência e emergência. Os serviços que não são urgentes estão sendo adiados, para que os recursos disponíveis sejam economizados. Não há prejuízo para a alimentação dos pacientes, acompanhantes e profissionais, apenas adaptação dos cardápios, de acordo com a pasta.

Os estoques de medicamentos e insumos ainda aguentam os “próximos dias”, informa a nota. O abastecimento de hemoderivados está comprometido, no entanto, porque a população não tem comparecido para doar na esteira da falta de ônibus na cidade. Entre os funcionários, a falta de alternativa de locomoção gera falta de 30%.

A Secretaria de Estado de Saúde voltou atrás na decisão de domingo e manteve as cirurgias eletivas nos cinco hospitais de urgência e emergência da rede. Um plano de contingenciamento pode ser acionado.

A White Martins, que fornece gases medicinais, divulgou que “está empenhando todos seus esforços e vem conseguindo manter a entrega de gases medicinais aos seus clientes no Rio de Janeiro e em todo o Brasil”. Os caminhões estão sinalizados com adesivos que informam que se trata de carga hospitalar.