O arquiteto e urbanista Rino Levi (1901-1965) deixou centenas prédios, cinemas e casas particulares em São Paulo. São marcos de um modernismo abstrato e ousado, que tinha como missão oferecer soluções para o crescimento urbano que se anunciava já nos anos 1930 nas grandes cidades, entre elas a sua São Paulo natal. Mas seus projetos mais ambiciosos ficaram no papel. O exemplo é o projeto para Brasília, que seu escritório perdeu para o de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Levi desenhou Brasília como uma megalópole dotada de prédios muito finos com 300 metros de altura por 400 de comprimento, com dois níveis de garagem, cortados por vias elevadas, elevadores e esteiras móveis automáticas, unidos por jardins e “centros cívicos”. Essas e outras construções e pensamentos integram a “Ocupação Rino Levi”, 49ª do Itaú Cultural. “Seu maior legado foi a cidade vertical, servida por redes de transporte como o metrô”, diz o arquiteto Renato Anelli, um dos curadores da exposição. “São Paulo de hoje deve muito a ele.” A exposição é dividida em quatro partes: edifícios, morar moderno, metrópole vertical e projetos de urbanismo. Itaú Cultural, SP, de 29/2 a 12/4.

Divulgação

3 projetos inovadores

Cinema Ipiranga (1941)
Um dos primeiros cinemas dotados de sala com cálculo acústico

Edifício Columbus (1934)
O primeiro prédio residencial de 12 andares em SP. Demolido em 1971

Teatro Cultura Artística (1947)
A casa de espetáculos ostentava um gigantesco painel de Di Cavalcanti na fachada. Um incêndio destruiu o prédio em 2008