Ex-coordenador de futebol do São Paulo, Ricardo Rocha, que esta semana acertou um compromisso para assessorar o Criciúma, comentou nesta quinta-feira sobre alguns episódios da sua passagem pelo Morumbi, entre eles a insatisfação de Nenê quando foi para a reserva, que na sua avaliação foi “mimado no clube, e a demissão do técnico Diego Aguirre a cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro.

Nenê externou mais de uma vez sua insatisfação quando não foi escalado ou saía no decorrer das partidas. A gota d’água veio em duelo com o Flamengo, em 4 de novembro, quando ficou no banco o tempo inteiro e, irritado por não ter sido utilizado, deixou o Morumbi rapidamente, antes de todo o restante da equipe, sem falar com a imprensa. “Houve algumas insatisfações. Vimos uma. Nenê”, disse Ricardo Rocha, durante entrevista ao SporTV. Questionado se Nenê havia sido “mimado”, ele respondeu: “Foi, foi, sim”.

Ricardo Rocha mencionou também a demissão de Aguirre e confirmou que não participou da reunião na qual se decidiu pela saída do uruguaio, desligado do clube em 11 de novembro. “Faltavam cinco rodadas, e eu falei isso para o Raí e algumas pessoas. Se eu estivesse na reunião, eu tentaria que não derrubassem o Aguirre. Tinha diretor de futebol, que responde por todos nós, que é o Raí. Em momento algum, nós falamos sobre queda de treinador. Raí estava muito triste, eu também, o time estava jogando muito mal. Mas o Aguirre foi importante para a gente”, afirmou o ex-zagueiro.

Ele declarou que defendia a permanência de Aguirre, mas garantiu apoiar o trabalho de Raí como diretor de futebol. “Não quer dizer que eu não queria o (André) Jardine. Acho que capacidade ele tem, poderia assumir depois. Se eu estivesse nessa reunião, deixaria (o Aguirre) os cinco jogos. Depois, o Raí foi massacrado”, emendou. “Poderia ter esperado. Essa crítica era uma coisa que a gente não queria. A gente tentou manter Dorival (Júnior), não deu, ele também tinha problemas particulares. Acontece que o Aguirre foi muito bem. Não precisava ter esse tipo de problema. A gente ia ter a crise, aumentamos essa crise. E vou dizer: estou com Raí para o que der e vier, todas as definições. Raí vai errar, mas vai acertar muito mais. O trabalho dele é ótimo no São Paulo.”

Ricardo Rocha também comentou as recentes declarações do zagueiro Rodrigo Caio, que disparou contra Aguirre e não descartou deixar o clube, cansado das críticas que recebe da torcida. “É uma opinião do Rodrigo, você tem que respeitar. É jogador importante para o São Paulo, mas naquele momento o Aguirre achava que era o quarto zagueiro. Rodrigo ficou muito tempo parado. Ele teve proposta boa antes da Copa, ficou porque esperava ser convocado. Ele é ótimo jogador. E digo mais: por essa declaração dele, é bom ele sair. Ele tem que sair, ou emprestado ou vendido, porque tem muita bola. Voltar à seleção brasileira. Falei para ele. Ele precisa mudar a cabeça dele. É a pressão que é muito grande. Tudo que dá errado é Rodrigo. E não é assim. Tudo não pode ser ele.”

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