Nunes diz que Bolsonaro estava em situação ‘difícil emocionalmente’ no último sábado

Prefeito de São Paulo afirmou que soube pela imprensa a versão de Bolsonaro sobre tornozeleira

Rovena Rosa/Agência Brasil
Ricardo Nunes Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta sexta-feira, 24, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em uma situação “muito difícil emocionalmente” quando tentou romper a tornozeleira eletrônica na madrugada do último sábado. Nunes afirmou ainda que soube pela imprensa a versão de Bolsonaro, que disse à Polícia que teve “alucinação” e “certa paranoia” na ocasião. Questionado se a condição psicológica do ex-presidente colocava em xeque a capacidade de Bolsonaro liderar um grupo político, o prefeito respondeu que não é psicólogo.

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“São momentos da vida que ele está passando, preso com uma tornozeleira, com a Polícia Federal na porta da casa dele. Acho que ninguém nunca viu uma situação dessa. Você vê bandidos, pessoas que estão sendo monitoradas pela Justiça com tornozeleira e andam, transitam. Imagino eu que seja muito difícil emocionalmente passar por uma situação dessa”, respondeu Nunes na chegada a um evento do Grupo Voto no Palácio Tangará. O compromisso também estava na agenda oficial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não compareceu.

De acordo com o prefeito, seu foco em 2026 será ajudar Tarcísio a ser reeleito governador de São Paulo ou eleito presidente da República. “Ele é o melhor quadro que o Brasil tem”, afirmou, acrescentando que poderia estar junto com Tarcísio a partir de 2029 se for convidado – sinalizando que poderia ser ministro durante eventual Presidência do aliado. Ao contrário do que dizem seus próprios aliados, Nunes negou que tenha pretensão de se candidatar ao governo de São Paulo e apontou o vice-governador Felício Ramuth (PSD) como o nome natural para a sucessão de Tarcísio. O prefeito, no entanto, disse que outros partidos de direita e centro-direita, como PL e União Brasil, podem lançar seus próprios candidatos.

O emedebista já expressou a aliados desejo de disputar o governo paulista caso Tarcísio deixe o Bandeirantes para concorrer à Presidência. No entanto, o vice-prefeito Ricardo Mello Araújo é apontado como uma “trava” a Nunes. Colocado no cargo por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mello não é ligado a nenhum partido político e é visto como alguém que poderia desfazer acordos com as legendas que compõem a base de Nunes.