O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quarta-feira, 19, que confia no “espírito público e democrático” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder de um plano golpista.
“Sobre a decisão da PGR em relação ao Presidente Jair Bolsonaro, manifesto que, ao se falar sobre desconstrução do Estado Democrático de Direito, cabe ressaltar que, até por essa razão, em um Estado Democrático de Direito a presunção de inocência e o direito à ampla defesa e ao contraditório devem prevalecer em absoluto”, escreveu Nunes no X (antigo Twitter).
Bolsonaro, que apoiou a reeleição de Nunes à Prefeitura – embora sua presença tenha sido tímida durante a campanha – respondeu ao prefeito, agradecendo as “considerações” e enviando “um fraterno abraço”. A troca de afagos continuou com a última palavra do prefeito, afirmando que Bolsonaro pode “contar com seu apoio”.
O tom da defesa feita por Nunes foi mais contido do que o usado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que afirmou que o aliado “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito”.
Os crimes imputados a Bolsonaro e aos demais suspeitos são os de organização criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas, com agravantes, podem ultrapassar 43 anos de prisão.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.