O prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito neste domingo, 27,  para continuar à frente da cidade de São Paulo por mais quatro anos. O candidato do MDB superou Guilherme Boulos (PSOL) com 59,35% dos votos válidos.

Nunes apostou em uma campanha focada em destacar suas realizações nos três anos de gestão herdados de Bruno Covas (PSDB), que faleceu em 2020 em decorrência de um câncer. O emedebista adotou uma postura de centro, mas também protagonizou ataques e ações judiciais ao longo da campanha.

Um dos trunfos de Nunes para garantir sua vitória foi o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Desde o início do ano, Tarcísio trabalhou para viabilizar a candidatura de Nunes e se tornou seu principal padrinho político nas eleições deste ano.

O governador mergulhou de cabeça na campanha, articulando alianças partidárias e conquistando o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inicialmente demonstrava resistência ao nome de Nunes. Como parte do acordo, Tarcísio conseguiu emplacar o nome indicado por Bolsonaro para a vice na chapa do emedebista: o coronel Ricardo Mello Araújo.

Nunes usou a imagem do governador para fortalecer sua candidatura, o que, por tabela, também beneficiou Tarcísio, consolidando-o como um dos principais articuladores políticos destas eleições.

Para garantir a reeleição, Nunes precisou superar o desconhecimento inicial do eleitorado, desvencilhar-se da sombra de Tarcísio durante a pré-campanha e, ao mesmo tempo, manter certa distância de Bolsonaro para evitar um aumento na rejeição.

Durante a pré-campanha, Nunes “se escondeu” sob a sombra de Tarcísio, mas assumiu protagonismo ao iniciar oficialmente sua disputa pela Prefeitura. Ele participou de diversas sessões de media training para se preparar para os debates mais acirrados da campanha.

Nunes também precisou lidar com ataques de adversários, como Pablo Marçal (PRTB), com quem teve um embate no debate da RedeTV!, e de Boulos, que reiteradamente mencionou investigações envolvendo o emedebista.

Ao longo da campanha, Nunes investiu em pautas ideológicas e acenos ao eleitorado evangélico para conquistar os votos de Marçal no segundo turno. A estratégia incluiu aproximação com setores do bolsonarismo, que estava fragmentado na primeira fase da eleição.

Nunes também atacou Boulos, tentando associar o adversário a uma imagem de extremismo. A tática funcionou, aumentando a rejeição ao candidato do PSOL.

Com a vitória, Nunes terá mais quatro anos para governar a maior cidade da América Latina. Entre seus principais desafios estão reduzir os índices de insegurança, especialmente no centro da cidade, e melhorar a mobilidade urbana da capital.