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O deputado estadual Tito Barichello (União-PR) protocolou um pedido de cassação na Assembleia Legislativa do Paraná contra o colega Renato Freitas (PT-PR). A solicitação tem como base um vídeo compartilhado nas redes sociais em que o parlamentar relata ser usuário de maconha e se posiciona a favor da legalização do uso recreativo da droga.
Durante entrevistana ExpoCannabis 2025 (maior feira internacional sobre cannabis da América Latina), em São Paulo, Renato defendeu que o uso recreativo da substância seja legalizado. “Eu não sou ‘canabineiro’, eu sou maconheiro”, disse na ocasião.
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A fala motivou Tito a acionar o Conselho de Ética com base na Lei 11.343/2006. No pedido oficial, ele declara que o colega de plenário admitiu praticar e estimular condutas que não condizem com o decoro. “Tal conduta representa não apenas eventual infração à legislação penal relativa a drogas, como também uma violação grave dos deveres de decoro, dignidade e respeito que devem pautar o exercício do mandato parlamentar, violando frontalmente o dever de resguardar o decoro e a honra institucional”, alegou no texto.
A IstoÉ entrou em contato com o deputado Ricardo Freitas, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.
Novo pedido de cassação
Não é a primeira vez que Tito Barichello aciona o Código de Ética da Assembleia Legislativa contra Renato Freitas. Em novembro, ele alegou que Freitas “protagonizou uma sucessão de atos violentos, ofensivos e incompatíveis com a dignidade parlamentar, transformando a sessão em um verdadeiro cenário de hostilidade e descontrole”, durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no dia 24 de fevereiro deste ano.
Em outra ocasião, o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) realizou um pedido, também por quebra de decoro, pelos motivos de suposta utilização dos espaços parlamentares para realizar declarações sobre “desvios de recursos públicos e roubo” contra Ricardo.
Quem é Renato Freitas
Nascido em Sorocaba, São Paulo, Renato de Almeida Freitas Junior tem atualmente 41 aos e, segundo a biografia na Assembleia Legislativa do Paraná, “passou por uma realidade extrema da periferia brasileira: a violência, o trabalho infantil, o uso de entorpecentes e a falta de saneamento básico”.
Graduou-se em direito pela Universidade Federal do Paraná e foi eleito deputado estadual em 2022. Antes disso, atuava como vereador e chegou perder o mandato por “procedimento incompatível com o decoro parlamentar”, com 23 votos a favor na Câmara Municipal de Curitiba. Na ocasião, Freitas e outros manifestantes entraram na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba, para protestar contra a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro.
O parlamentar teve o mandato cassado, mas a Justiça avaliou que a convocação das primeiras sessões não respeitou os prazos legais, o que levou à anulação da votação dos vereadores.
Freitas foca sua atuação política em pautas sociais, priorizando a luta contra o racismo, homofobia, misoginia e outras formas de discriminação. Declaradamente socialista e marxista, o deputado é considerado parte da ala mais à esquerda do Partido dos Trabalhadores.