ROMA, 24 JUL (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, ilustra a capa da mais nova edição da revista americana Time, que na chamada, busca compreender “para onde” ela “está liderando na Europa”.
A publicação resume o governo da líder de Roma como um novo nacionalismo, de linha populista e pró-ocidental, mas fiel à Europa e à Aliança Atlântica. A reportagem assinada pelo chefe de redação em Washington, Massimo Calabresi, diz que Meloni “emergiu como uma das figuras mais interessantes do continente” e que “a forma como ela lidera pode mudar o mundo”.
O texto destaca que as habilidades da premiê italiana ficaram evidentes em seu último encontro na Casa Branca com o presidente dos EUA, Donald Trump, em abril. Meloni, que abordou todos os temas que precisava, “sobreviveu” ao teste público com “compostura”, destacou Calabresi.
“Sou capricorniana. Digamos que sou obcecada por certas coisas”, explicou a primeira-ministra à Time, que acrescentou que, quando o encontro com Trump se concentrou na Ucrânia, ela defendeu o presidente do país, Volodymyr Zelensky, e a necessidade de apoiar Kiev até o fim. Trump a ouviu e respondeu, mas sem que a troca se tornasse polêmica – como foi com Zelensky na Casa Branca em fevereiro.
“Ele é um lutador, e eu sou uma lutadora”, resumiu Meloni sobre o republicano.
Além de abordar dramas pessoais vividos em sua juventude, como o incêndio que destruiu a casa onde a futura premiê, sua mãe e irmã moravam, a reportagem também deu espaço para que a política comentasse as diversas acusações a que foi submetida em seu governo.
“Me acusaram de tudo o que se possa imaginar, desde a guerra na Ucrânia até a morte de pessoas no Mediterrâneo. E simplesmente porque [os acusadores] não têm argumentos. Não sou racista. Não sou homofóbica. Não sou nada daquilo que dizem que sou”, falou Meloni, antes de lançar uma pergunta ao editor: “Há algo sobre o fascismo que minha experiência lhe lembra ou que se relaciona com o que estou fazendo no governo?”. (ANSA).