Revisão cirúrgica

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Após mais de dois anos sem revisão, parte dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez para menores de 60 anos concedidos pelo INSS começou a passar por um pente-fino. A medida foi possível graças a um acordo entre o Ministério do Desenvolvimento Social e a Associação Nacional dos Médicos Peritos, que ganhou um bônus por cada revisão. O resultado das perícias é gritante. Um dos casos que mais chama a atenção é o município de Mossoró (RN), cuja taxa de reversão dos auxílios-doença entre pessoas de até 39 anos já chega a 82%. Só com a revisão deste benefício, a expectativa é poupar cerca de R$ 4 bilhões, o equivalente a quase metade dos 530 mil benefícios analisados em todo o País. Em aposentadorias, a economia alcançará cerca de R$ 1 bilhão.

Coronelismo
As doações de R$ 16 milhões por beneficiários do Bolsa Família às campanhas eleitorais reforçaram a suspeita de uso do benefício como moeda de troca política. Isso porque R$ 11 milhões foram as chamadas “doações estimadas”, oferecidas em serviços. Assim, será investigada a possibilidade de aliciamento e trabalho forçado em troca da bolsa.

Sí, pero no
No jantar entre Michel Temer e aliados, parlamentares cobraram do presidente diálogo com a sociedade sobre a PEC que limita os gastos públicos. Ele se prontificou. Ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE) perguntou se Temer falaria em cadeia nacional de TV, mas ele respondeu que aí já seria exagero.

Na conta do contribuinte

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A Procuradoria do DF iniciou uma investigação sobre o contrato da Câmara dos Deputados com a empresa Kroll, articulado pelo presidente da CPI da Petrobras no ano passado, Hugo Motta (PMDB-PB). A Kroll faturou R$ 1 milhão e entregou apenas um relatório preliminar sem nada inédito. Depois, o contrato foi rescindido. A Procuradoria quer saber se o gasto foi justificável e se o contrato foi regular.

Rápidas
* O TSE nomeou, com adicional de R$ 7 mil, um técnico judiciário do TRE-MG, cujo salário bruto era R$ 13 mil, para cuidar do centro cultural da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro e morar na cidade maravilhosa. O detalhe: o lugar recebe pouquíssimas visitas.

* Um projeto pronto para ser votado no Senado está causando polêmica no Judiciário. A proposta tenta mais uma vez legalizar donos de cartório que entraram sem concurso. A Associação dos Magistrados é contrária.

* As planilhas de pagamento da Odebrecht ao “italiano”, que a PF entendeu ser Antonio Palocci, trazem referências como “tomate”, “bolonhesa” e “senha: peperone!”. A suspeita é que eram senhas para entregar o dinheiro.

* A ex-secretária Maria Lúcia Tavares explicou em delação: “Fernando passava, posteriormente, os locais de entregas e as senhas, estas relacionadas a nomes ligados à Itália, tais como fettucine, tomate e macarrão”.

Retrato falado
“Virei um alvo porque sou ministro e minha mulher é vice-governadora”

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Em nova polêmica, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), foi acusado de fazer promessas eleitorais no exercício do cargo. À coluna, o paranaense negou ter cometido irregularidades. “Não infringi nenhuma regra. Fiz um giro nas minhas bases que ainda não tinha feito e foi muito bom”, afirma o ministro. Ele se diz “preferencialmente visado” por ser casado com a pré-candidata ao governo Cida Borghetti e sua filha Maria Victoria disputar a prefeitura de Curitiba.

Toma lá dá cá
NADINE GASMAN, ONU MULHERES

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Nestas eleições, a senhora coordena a campanha “Cidade 50-50”, pela igualdade de gênero. Há resistência?

Muitos ainda não assinaram. Mas este é o primeiro passo. Vamos insistir no segundo turno e também com quem for eleito. A plataforma permite que a população acompanhe se os governantes estão comprometidos com os direitos das mulheres. A campanha defende uma “educação para a igualdade”, enquanto alguns setores tentam barrar o debate de gênero nas escolas.

A campanha defende uma “educação para a igualdade”, enquanto alguns setores tentam barrar o debate de gênero nas escolas.

Isso é mesmo um retrocesso. Há 50 mil estupros notificados por ano no Brasil e um terço dos brasileiros acha que a culpa é das mulheres. Se a gente não fala de direitos humanos de uma forma muito séria desde a escola, isso não muda.

Saúde 2.0
Até o início de 2017, Ricardo Barros pretende colocar em funcionamento o chamado “cartão do SUS” em pelo menos 830 municípios que, juntos, respondem por 85% do atendimento à população pelo Sistema Único de Saúde. A licitação para o desenvolvimento do sistema que integrará todas as unidades de saúde do país está pronta para ser lançada. Para ampliar o alcance, Barros buscará o apoio do Ministério das Cidades. A partir de uma tecnologia do Ministério do Planejamento, a pasta também pretende implantar o rastreamento de ambulâncias pelo País, para otimizar a distribuição do atendimento. Um teste está sendo feito com as viaturas oficiais do Ministério da Saúde.

Ponte aérea
Em alta após a Olimpíada, o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), falará sobre os Jogos no Fórum Mundial sobre Esporte e Cultura, em Tóquio. Antes, ele irá ao Catar, onde assistirá ao mundial de ciclismo. O plano é oferecer o velódromo do Rio como centro internacional de treinamento.

Dinheiro vivo
Desembargador investigado na Operação Expresso 150 por venda de decisões no Ceará, Carlos Feitosa fez depósito de R$ 103 mil em dinheiro para uma loja de veículos, para comprar uma Hilux. Outro indício considerado suspeito foi a compra de um apartamento de luxo em Fortaleza, no valor de R$ 1,3 milhão, em três parcelas, por seu filho.

Quem mente?

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A pedido da defesa de Dilma Rousseff no processo de cassação no TSE, o ministro Herman Benjamin, corregedor-geral eleitoral, determinou uma acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que fica a cargo da Polícia Federal. A tática é explorar contradições entre os delatores e atacar a credibilidade deles.

Deu ruim

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Popular nas redes sociais, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) criou um grupo para pedir votos a uma candidata a vereadora. Não deu certo. Incluiu tanta gente que passaram a divulgar outros candidatos. Lucio desfez o grupo e resolveu pedir individualmente. “Um por um, e todos felizes”, brincou.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil; AP Photo/Felipe Dana; Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena; Reinaldo Ferrigno/Agência Câmara