Depois de terminar a semifinal do Mundial de Atletismo, disputado em Budapeste, ciente de que deveria melhorar muito para ter alguma chance de brigar pelo pódio, a equipe brasileira de revezamento 4×100 metros foi com uma configuração diferente para a decisão, neste sábado, mas a mudança não impactou positivamente. Com Jorge Vides no lugar de Paulo André, por opção do técnico Victor Fernandes, o Brasil terminou a prova em 38s92 e cruzou a linha em sétimo lugar. Após revisão, acabou desclassificado por causa de uma passagem de bastão fora da zona.

A nova formação teve Rodrigo do Nascimento abrindo a prova. Segundo a correr, Vides recebeu e passou o bastão para Erik Cardoso, o único que começou na mesma posição em que disputou a fase anterior. O erro ocorreu na passagem seguinte, de Erik para Felipe Bardi, que terminou a prova bem atrás dos adversários. A final é disputada com oito equipes e teve Estados Unidos, Itália e Jamaica, nesta ordem, no pódio.

“Não foi excelente, mas treinamos muito, nos preparamos muito. A gente brigou por isso. Quando em 2019, o projeto do revezamento foi deixado de lado, a gente voltou a brigar sobre isso.É um processo. Tem altos e baixos. Hoje estamos no baixo. Temos um grupo muito bom para dar alegria ao Brasil”, disse Rodrigo do Nascimento em entrevista à SporTV.

O tempo anotado na decisão foi pior do que os 38s19 alcançados pelos brasileiros na sexta-feira, durante a semifinal, disputa na qual Paulo André disse não ter se sentido confortável em ser o responsável pela largada. Acostumado a fechar o revezamento, ele não está habituado à curva. Antes da final, neste sábado, o atleta, que voltou a competir em abril após participação no reality Big Brother Brasil, publicou um vídeo em seu Instagram avisando estar saudável e explicando a razão de não estar escalado.

“O técnico optou por uma mudança, escalou o time de uma forma diferente e eu não estarei nessa nova escalação. Lembrando que o técnico do revezamento não é o meu treinador, o Carlos Camilo. A única coisa que eu queria frisar é que estou saudável, não lesionei, não tive nenhum incomodo. Estou 100% para correr. Estou fazendo esse vídeo antes da competição justamente para não ter nenhuma mudança na minha fala. É óbvio que eu não estou contente, não estou feliz. Eu queria estar dentro da pista pra ajudar os meus companheiros e para dar o meu máximo. Mas essa foi a decisão do treinador e eu tenho que respeitar”, disse.

Depois da prova, Victor Fernandes, o técnico da seleção de revezamento, também falou sobre a alteração da semi para a final. “Optamos pelo melhor de cada atleta para cada perna no primeiro ‘tiro'”, disse. “A ideia de mudar a formação foi para tentar algo pelo resultado. O Paulo André é um velocista de muita qualidade com quem todo mundo conta para o revezamento brasileiro”, completou.

BALOTELLI EM 14º

Ainda neste sábado, o Brasil teve o pernambucano José Fernando Ferreira Santana, conhecido simplesmente como Fernando Balotteli, encerrando a participação no decatlo com a 14ª colocação. Campeão do Troféu Brasil e do Sul-Americano de Atletismo, ele teve 7.935 pontos na soma das dez provas que compõe a modalidade. O campeão foi o canadense Pierce Lepage, com 9.909 pontos. Já o bronze ficou com Damian Warner (8.804), também do Canadá), e Lindon Victor (8.756), de Granada.